Neste céu cinzento, Que me envolve Vejo as aves que planam. Elas rodopiam, Sobem, Descem, Como num louco carrossel Em bandos De ondas, Num vai e vem, constante Elas correm... Como um corcel. E eu, parado Olho, observo... Com o meu olhar de vazio. E elas, enamoradas Em duetos, desejados Escrevem no ar Passos de dança Orquestrados... Em valsas, Em tangos, Ou outras danças de voltear Elas passeiam-se no ar Perdidas, em abraços De tanto namorar. E eu perdido, neste jardim Já nem me encontro, Em mim, De tanto ficar tonto Destes voares loucos Que se desprendem de mim. Em pequenos sonos De loucos sonhos Onde passo, tantas vezes Por ti... Augusto Gil