Cisne branco do Lago do Parque da Pena Cintra Oh Cintra! Oh saudosissimo retiro, Onde se esquecem maguas, onde folga De se olvidar no seio a natureza Pensamento que embala adormecido O sussurro das folhas c’o murmurio Das despenhadas lymphas misturado; Quem descançado á fresca sombra tua Sonhou senão venturas? Quem sentado No musgo de tuas rocas encarpadas, Espairecendo os olhos satisfeitos Por céos por mares, por montanhas, prados, Por quanto ha ahi mais bello no universo, Não sentiu arroubar-se-lhe a existencia, Pousar-lhe o coração suavemente Sobre esquecidas penas, amarguras Ancias, lavor da vida? - oh grutas frias, Oh gemedoras fontes, oh suspiros De namoradas selvas,brandas veigas, Verdes outeiros, gingantescas serras! Não vos verei eu mais delicias d’alma? Troncos onde eu cortei queridos nomes D’amizade, e d’amor não hei-de um dia Perguntar-vos por elles? Soletrando Não lerei pela arvores crescidas Os caracteres que, em tenrinhas plantas Pelas verdes cortiças lh’entalhára? Alm...