Retratinho de Amílcar CabralA tarde vai caindo melancólica como sucede em África. O kora de mestre Galissá vai dando a atmosfera em cena, com as suas toadas e cantos ancestrais da tradição Mandinga. Um jovem, junto da árvore do “Polon” (“Polão”), fala consigo mesmo sobre a sua origem, a história da sua família, a sua existência. O conciliábulo partilhado. Um regresso à antiga aldeia onde os seus pais o “fizeram”, no meio da conturbada Guiné da guerra colonial. Sentado no chão da floresta, conversa com os “irmãos” (corporizados no público), construindo, pouco a pouco, o seu referente cultural, focado na figura de Amílcar Cabral. Amílcar, que ele chama de “Nhu”, ficou gravado na sua memória de infância e continua a largar perguntas sobre o seu futuro. As suas interrogações e respostas, aos poucos vão desenhando a figura de Amílcar Cabral, construtor de utopias. Acorda a manhã de Africa com a esperança da construção de um País feito de longas madrugadas e desejos.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICAAutoria|Miguel Horta
Direcção|Suzana Branco
Intérpretes|José Barros (actor) e Galissá (músico)
Consultoria histórica|Daniel Alves
Ilustrações|Alex Gozblau
Assistência direcção e produção|Diana Alves
Direcção de Produção|Pedro Alves
Produção|teatromosca
Classificação etária proposta|Maiores de 5 anosOnde?
Floresta Center | antigas salas de cinema (Tapada das Mercês, Mem Martins, Sintra)
(Texto do TeatroMosca)
Amílcar Cabral, 1924 -19731924, 12 de Setembro: Nasce em Bafatá, Guiné -
1932: Vai para Cabo Verde -
1943: Completa no Mindelo o curso liceal -
1944: Emprega-se na Imprensa Nacional, na Praia -
1945: Com uma bolsa de estudo, ingressa no I. S. Agronomia, em Lisboa -
1950: Termina o curso e trabalha na Estação Agronómica de Santarém -
1952: Regressa a Bissau, contratado para os S. Agrícolas e Florestais da Guiné -
1955: O governador impõe a sua saída da colónia; vai trabalhar para Angola; liga-se ao MPLA -
1956: Criação em Bissau do PAIGC -
1960: O Partido abre uma delegação em Conacri; a China apoia a formação de quadros do PAIGC -
1961: Marrocos abre as portas aos membros do Partido -
1963, 23 de Janeiro: Início da luta armada, ataque ao aquartelamento de Tite, no sul da Guiné; em Julho o PAIGC abre a frente norte -
1970, 1 de Julho: O papa Paulo VI concede audiência a Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos; 22 de Novembro: O governador da Guiné-Bissau decide e Alpoim Calvão chefia a operação de "comando" "Mar Verde" destinada a capturar ou a eliminar os dirigentes do PAIGC sediados em Conacri: fracasso! -
1973, 20 de Janeiro: Amílcar Cabral é assassinado em Conacri.
Notas biográficas, encontradas
aqui