O Eucaliptus Oblíqua do Parque da Pena

"finalmente em frente a árvore máxima deste conjunto; é o Eucalyptus Oblíqua plantado quase sobre a linha de água no dia do casamento de D.Fernando II e Condessa d'Edla em 10 de Junho de 1869."
in Monografia do Parque da Pena/1960/Mário Azevedo Gomes

 "num dia de temporal, ajudado pelo vento forte, decidiu deitar-se sobre ele e adormecer para sempre".

Por iniciativa de  Emilia Reis e colaboração dos Parques de Sintra -Monte da Lua, e  com o empenho do Engº Nuno Oliveira - realizou-se ontem no Parque da Pena, uma singela homenagem, através da plantação de um novo "Eucalyptus Oblíqua L'Her”  no local onde existia a árvore,  de origem australiana, com 141 anos que marcava o casamento de D.Fernando II e Condessa d'Edla em 1869 e que foi derrubado em 2010 por um temporal.


Emilia Reis  e técnicos do PSML,durante a plantação do pequeno "Obliqua"


Elementos de um ramo do eucalipto centenário, memória bem guardada pela Emilia Reis

*Publicamos um texto da autoria de Emília reis, que faz um interessante  relato do dia em que o Parque da Pena voltou a ter um  Eucalyptus Oblíqua:

" Para assinalar a efeméride dos 150 anos do casamento do rei D.Fernando II com Elise Hensler, já condessa d’Edla, que ocorre em 2019, foi hoje plantado ao fim da tarde, no Parque da Pena, um pequeno "Eucalyptus Oblíqua L'Her” que vai continuar o testemunho da velhinha árvore que ‘Os Dois’ tinham plantado em 11 de Junho de 1869, derrubada num dia incerto do mês de Março de 2010, por um violento temporal. Ficou agora a pequena árvore, perto do pedaço do majestoso tronco que repousa, deitado, num espaço da Feteira da Condessa.
Desejo-lhe uma vida longa sem as várias vicissitudes por que passou o velhinho “Oblíqua” que, aquando da sua queda, segundo o testemunho de uma tília que lhe estava perto, se terá suicidado por amor (1).

 (1) Aguardou durante 134 anos, silencioso e triste, que lhe reconhecessem o valor de ser, no Parque da Pena, a única testemunha viva do casamento celebrado em 10 de Junho de 1869, entre D. Fernando II e Elise Hensler, Condessa d’Edla, até que, esse dia lhe pareceu ter chegado. Foi em 13 de Junho de 2003 e, nessa data, uma nova alma lhe nasceu. Varreram todos os caminhos que estavam em seu redor, limparam a Feteira, que os seus ramos, lá do alto, podiam agora contemplar e, finalmente, numa cerimónia simples mas bonita, colocaram-lhe perto uma placa que assinalava a efeméride e o seu valor. Mas, depois, o tempo foi passando e de novo o esquecimento voltou aquele lugar. A placa envelheceu, desbotou, já se não lia e só mesmo os apaixonados pela história que ele contava o iam visitar. Entristeceu de novo e agora com o peso da idade, começou a inclinar-se, suavemente. Apaixonou-se pelo pequeno regato que lhe corria aos pés e que lhe tinha dado de beber durante tantos anos e, num dia de temporal, ajudado pelo vento forte, decidiu deitar-se sobre ele e adormecer para sempre. Contou a tília que lhe estava perto que o “Oblíqua” se tinha suicidado por amor. (Este texto publiquei-o como comentário em 3 de Abril de 2010, no Blogue “Sintra Acerca de” 

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Emília Reis (09/11/2019)


O grupo que acompanhou e esteve presente na plantação da nova árvore

Comentários

catalao disse…
Simplemente fantástico, fantásticas pessoas e empenho, obrigado felicidades..

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