Porque hoje é Sábado...
Oceano
Junto do mar, que erguia gravemente
À trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o vôo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,
Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...
Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que idéia gravitais?
Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...
Antero de Quental
*Antero de Quental nasceu a 18 de Abril de 1842, falecendo a 11 de Setembro de 1891
*Foto - Mar da Praia das Maçãs ontem 20/04/2012
Comentários
Belo o poema de Antero!