Fatima Campos abandona o PS
Voz critica e uma presença activa nos assuntos do Concelho de Sintra, Fátima Campos, Presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão, anuncia agora a sua saída do Partido Socialista, onde era militante há 25 anos - baixa de peso, num partido que se tem mantido quase silencioso durante os "reinados" de Fernando Seara.
"Após vários meses de reflexão, decidi no último fim de semana desfiliar-me do PS, resolução já comunicada ao Presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), Dr. Marcos Perestrello", revela a autarca em comunicado. "Não tomei esta decisão de ânimo leve. Bem pelo contrário. Esta ruptura constitui um dos momentos mais difíceis da minha vida, como bem o demonstram os meus 25 anos de militância dedicada. Prova da dificuldade e ponderação associadas a esta separação são o tempo para a sua maturação e a capacidade de resistência a que me venho submetendo há longos meses. O meu desagrado com o "estado de coisas" no PS não é de hoje. Porém, entendi, durante todo este tempo, não ceder à tentação fácil de abandonar o meu partido de sempre em razão das primeiras discordâncias ou dos meus primeiros sinais de desconforto." A contribuir para a saída estiveram também problemas internos na concelhia. "Pese embora toda a minha resiliência, de facto, hoje, perdi a esperança de que o PS retome o bom trilho que percorreu durante décadas, designadamente desde os tempos da sua fundação e liderança do Dr. Mário Soares. Este cepticismo deve-se, no essencial, à acentuada deterioração dos processos internos no partido: eleição dos titulares dos órgãos locais, regionais e nacionais e, igualmente, clima de intriga, conspiração e até boicote entre supostos camaradas."
Fonte Blogue "Tudo sobre Sintra"
Comentários
R.M.
Habituado a ver a Presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão, ao longo dos anos com uma voz activa e sempre combativa (ex.as linhas de alta tensão que atravessavam o concelho de Sintra), e das poucas vozes que interpelavam as politicas de gestão do Concelho de Fernando Seara, penso que é uma baixa de peso para o PS - não conhecendo porém quais as intenções dela para futuros combates politicos.
Um abraço
Obrigado pelo seu comentário sobre a minha opinião publicada sobre Fátima Campos.
Só uma vez é que estive presente numa sessão da Assembleia Municipal, e por causa da defesa das árvores de Sintra.
Os "rituais" que observei na altura nessa assembleia, deixaram-me sem interesse de acompanhar a politica Sintrense nesse tipo de forum.A minha opinião sobre Fátima Campos que não conheço pessoalmente, advém de em algumas ocasiões "ouvir" a voz dela no terreno, junto dos seus fregueses de Monte Abraão.Lembrei-me das "linhas de alta tensão", pois nessa altura também tentei estar solidário com as populações vitimas dessas tropelias EDP - o que aconteceu depois, não estava no objectivo da apreciação que fiz.Quando afirmo que há demasiado silêncio do PS, ao longo dos mandatos de Seara, estendo essa opinião a todos o partidos que em Sintra deveriam ser oposição à gestão PSD/CDS em Sintra.O PCP aceitando como actuação principal gerir as águas de Sintra até agora, o PS sem uma politica de afirmação Pública junto da população, e até o BE que se pôs de fora relativamente à defesa do património arbóreo do nosso Concelho.Longe de conhecer todos os meandros dos bastidores da politica doméstica, sou como sabe observador atento do que se passa em Sintra (não gosto como disse da politica que se faz imitando o poder Central, em assembleias em que as intervenções são condicionadas por maiorias com poder para anular qualquer oposição a medidas que não estejam de acordo -embora considere isso legitimo, mas que para o cidadão comum não tem qualquer efeito prático na mudança das coisas.
Não acompanho por opção os detalhes da politica autárquica dentro de paredes, mas observo e actuo na rua junto das pessoas que são aqueles que na sua vivência sofrem as consequências de falta de medidas, ou por injustas ou por ausência de atitude de politicos que num determinado calendário elegeram acreditando-os como seus representantes.Se tivese dúvidas ao observar os candidatos oficiais do "bloco central" a Sintra nas próximas eleições
autárquicas,deixa-me cada vez mais com a certeza que as soluções de Sintra, não passarão por aí.
Agradeço a oportunidade de pensar um pouco sobre o "sistema" e a politica que sinto que se faz por cá.
Os meus cumprimentos e aguardo como sempre as suas colaborações.
Este comentador Sintrense, que presumo admirador do PS, ou seu militante, esclareceu-me na medida em que desconhecia a política do PS para as autárquicas, e acho muito bem que o partido tenha tomado essa decisão, não deixando ninguém candidatar-se, com o limite de mandatos.
O que se vai passar é sinónimo desta vergonha de país, fazem as leis, depois não as querem cumprir!...
Não me admiro nada que vá acontecer o que o comentador preconiza, a Srª demitiu-se do PS, mas está pronta para mudar de camisola.
E já agora que estamos no meio de pessoas informadas, o que é isto que querem fazer ao pessoal dos SMAS?
Uniões com empresas municipais falidas, onde estão os amigos dos amigos?
Os SMAS, têm sido há muitos anos, o municiador de dinheiro, para pagar os desmandos da Câmara, que está falida há muitos anos.
Desculpe estar a misturar alhos com bugalhos, mas como falamos de Autarquia, e isto está na ordem do dia, e, aflige muitos trabalhadores, das várias empresas municipais, como aqui vem gente informada, pode ser que me esclareçam melhor.
Obviamente que é uma opção perfeitamente legítima, mas lamento que se tenham que arranjar "desculpas" para assumir uma posição que desde há muito era óbvia, ou que tenha que se deixar um labéu sobre todos aqueles que, em vez de colocarem as suas ambições pessoais acima de tudo, continuam a ser apenas anónimos militantes de um partido e a contribuir para o bem comum da melhor forma possível, sem fotos nos jornais, sem espalhafato, sem vaidade.
Se ser "coerente" e "combativo" é isto - mudar de "camisola" apenas para poder continuar a ser candidato a determinado cargo ou lugar porque no partido de origem já não pode ser - então eu prefiro continuar a ser "incoerente", mas continuar a defender a real mudança para Sintra e essa jamais se fará com quem esteve ao lado de Fernando Seara durante 3 mandatos, seguindo e aplicando a mesma política.
Há também uma frase que sempre ouvi e que acho bem certeira: "Roma não paga a traidores". Talvez mais cedo que tarde alguém se aperceba que aquilo que parece uma "vantagem" ainda se há-de transformar num grande "sarilho". Por mim estou satisfeito com a clarificação das águas.
Grato pela sua atenção e com votos de um bom fim de semana.
De facto a questão das Empresas Municipais que ontem teve um ponto alto da discussão, parece-me um assunto ainda pouco explicado -observando a reacção dos trabalhadores em causa.Fernando Seara o homem de mão do PSD amigo de ir "mais além do que a troika", pretende fechar os seus três mandatos com um favor final ao seu partido -justificando a solução com problemas juridicos-, não esquecer a teimosia do governo em que pretende privatizar as águas.Defende a criação de uma mega-empresa que englobe todas as actuais.
O PS de Basilio Horta vem defender manter a situação como está actualmente, segundo parece do comunicado de ontem, enquanto a CDU, pretende criar uma única empresa, mas mantendo de fora os SMAS, que gere desde o início dos mandatos de F.Seara.
Quanto a Marco Almeida, que ontem estava na mesa com Fernando Seara, parece estar mais uma vez de acordo com posição do seu presidente (ainda).
Isto é o que eu consegui entender das últimas movimentações partidárias até ontem.
Aguardemos os próximos episódios, com certeza com grande preocupação por parte dos trabalhadores das empresas envolvidas.
Um abraço
As opções politicas de Fátima Campos como diz são legitimas, a mudança - e não entendi muito bem o que será a candidatura de Marco Almeida que não se demitiu do PSD e ontem estava ao lado do seu presidente na reunião das empresas municipais.Portanto a candidatura dita "independente", pode ser mais uma candidatura de uma linha politica do PSD opositora aos neosliberais que tomaram o partido.
Tem alguns perigos esta mistura de boas intenções, com politicos organizados no PSD e talvez também no PS ,estilo UGT...
Quanto BE, ainda não consegui recolher a sua posição, aguardemos os próximos episódios.
Bom fim de semana
Cumprimentos
As empresas municipais estão na situação em que estão porque foram mal governadas durante estes doze anos. Não são as empresas que são más é a gestão que se demonstrou como incompetente.
O PS acha ainda que qualquer solução deve ser concertada com os trabalhadores e com o orgão camara municipal. Mais uma vez a maioria PSD/CDS apresenta um facto consumado, já para lá do fim do jogo e tendo escondido a sua proposta de toda a gente. O que foi napresentado não foi nenhum estudo, foi sim uma justificação muito deficiente da proposta que a maioria PSD/CDS encomendaram...
A posição do PS é a seguinte:
1. Não aceitar a privatização dos SMAS, grande objectivo do governo e do PSD/CDS;
2. Incluir a empresa de residuos sólidos nos serviços minicipais de agua e saneamento. criando assim uma empresa com actividades da mesma fileira e melhorando a prestação desses serviços publicos;
3. Anexar a empresa de equipamentos culturais na cultursintra que é bem gerida e tem excelentes resultados na gestãode bens culturais do municipio como é o caso da Regaleira;
4. Devolver ao serviço municipal de Obras publicas a componente de construção e manutenção dos edificios escolares que hoje é feita na educa.
5. Criar o projecto de reabilitação urbana aproveitando os funcionários da educa que não transitem para a CMS de modo a aproveitar também em Sintra as verbas disponiveis no programa do governo para a reabilitação urbana (e que hoje já estão a ser aproveitadas com sucesso noutros municipios.
Em suma, a reestruturação do sector empresarial da camara tem de ser feito com racionalidade e garantindo três questões de principio inalanáveis:
1. a defesa da qualidade e dos serviços publico prestados aos municipes;
2. A eficiência, a governabilidade e a boa gestão das empresas;
3. A garantia de manutenção dos postos de trabalho.
Como é obvio e evidente a proposta apresentada pelo vereador Marco Almeida é um erro que custará caro a muitos trabalhadores e a todos os municipes de Sintra.
No último comentário resposta a "Sintrense", onde está "neosliberais" deveria estar "neoliberais".
Esclareço que estes "neoliberais", que defendem "Menos Estado melhor Estado", são os mesmos que defenderam a fiscalização de facturas nos consumidores finais e provocaram (o Estado!) o maior aumento de impostos que há memória em Portugal (IVA e IRS), e defendem as intervenções em bancos privados... que de liberalismo não tem mesmo nada.Portanto a designação destes senhores terá que ser outra...
Agradeço a clarificação da proposta do PS, para as empresas Municipais de Sintra.
Cumprimentos
Este "sintrense" destes comentários não é a do costume.
(cara)sintrense
Como somos todos sintrenses,criou-se nestes comentários alguma confusão, com o conteúdo das respostas dirigidas ao pseudónimo "sintrense" - uma leitora e colaboradora frequente do blogue que utiliza também o pseudónimo de sintrense, daí as minhas respostas a ela dirigida - percebo agora que o "sintrense" dos primeiros comentários do post, era apena um leitor que se terá identificado do mesmo modo.
Embora o conteúdo das respostas coincidam com a questão que pretendia ser respondida -aqui ficam as minhas desculpas ao "sintrense" e à "sintrense" pela confusão com os pseudónimos usados.
Cumprimentos aos dois
Por aqui se vê que ninguém dá nada a ninguém, e na política então há que desconfiar sempre! Eles estão a sorrir para nós e por dentro estão a ver a melhor maneira de nos lixar.
Desculpem o vernáculo, mas hoje fála-se muito pior.
Os trabalhadores vão pagar caro, mas os consumidores que somos todos nós vão ficar muito pior, com maus serviços privados, que aumentarão o IVA dos atuais 6% para 23%, veremos o terrivel aumento da fatura da água.
Caínhas,
Aproveito para transcrever um resumo da posição do BE sobre a situação das empresas municipais, que não tinha mencionado ainda:
"Repudiamos esta e outras medidas que possam trazer delapidação da democracia local, do património e funções da autarquia e representar um ataque aos trabalhadores e trabalhadoras. A fusão das empresas municipais (EM) numa única estrutura não resolve o verdadeiro problema destas entidades: além do descontrole financeiro e precariedade laboral, as EM afastaram do escrutínio democrático dos eleitos/as o controlo sobre funções e serviços da autarquia, favorecendo administradores partidários e gestão de conveniência"
Haverá um outra Assembleia Municipal a 28 de Fevereiro para voltar a discutir este assunto.
Aguardemos o seu resultado, espera-se desta vez com a devida consideração pelos trabalhadores das empresas municipais envolvidos.
Abraço