Lançamento de livro sobre ‘Os Criadores da Pena – D. Fernando II e a Condessa d’Edla’
A Parques de Sintra lança, na próxima terça-feira 29 de outubro (dia do
aniversário de nascimento de D. Fernando II) a
publicação ‘Os Criadores da Pena – D. Fernando II e a Condessa d’Edla’,
da autoria da escritora e historiadora Margarida Magalhães Ramalho.
A
obra, é o resultado de uma profunda investigação histórica da autora, em
arquivos nacionais e internacionais bem como em arquivos particulares
nomeadamente os espólios pertencentes aos descendentes da Condessa
A
preparação do livro, encomendado pela Parques de Sintra, levou a
historiadora a investigar e aprofundar as motivações do casal na
conceção do Chalet
da Condessa d’Edla e da área de jardins na zona ocidental do Parque da
Pena. Permite uma melhor compreensão da relação entre Fernando de
Saxe-Coburgo Gotha, rei-consorte de D. Maria II, e a sua segunda mulher,
Elise Hensler, mais tarde Condessa d’Edla. De
origem suíça-alemã, vai com a família muito jovem para os Estados
Unidos onde adquire nacionalidade americana. Enquanto cantora lírica de
carreira internacional Elise Hensler vai atuar, primeiro no Porto, em
1859, vindo depois para Lisboa onde conhece o rei
viúvo com quem virá a casar em 1869. Unidos não só pelo amor à música
como também pelo amor à natureza, D. Fernando e a condessa d’Edla serão
os verdadeiros criadores do Parque da Pena.
Entre
a documentação inédita apresentada conta-se a certidão de nascimento de
Alice Hensler, filha ilegítima da condessa, nascida em Paris, em 1856.
Este nascimento, envolto desde sempre em grande secretismo, permitiu
alguma especulação em torno da paternidade de Alice. Apesar de o
documento não apresentar o nome do pai, pode-se, pelas data de
nascimento, afastar definitivamente a eventualidade do pai
poder ter sido o rei D. Fernando II.
Outra
das novidades apresentadas são as cartas trocadas entre a Condessa
d’Edla e a Rainha D. Amélia, que demonstram uma cumplicidade entre as
duas
mulheres, bem como a amizade fraterna que D. Pedro II, irmão de D.
Maria II, nutria pela Condessa.
A
obra divulga ainda correspondência que demonstra a tensão familiar
provocada pela dificuldade que os filhos de D. Fernando II tiveram em
aceitar
o segundo casamento do pai e evidencia a cumplicidade e harmonia do
casal, fruto de um grande amor que os manteve sempre unidos. Nesta união
partilharam gostos, paixões e projetos que resultaram em importantes
legados do património cultural português, desde
a criação de um dos mais belos refúgios do Romantismo de Sintra, ao
apoio a artistas como Viana da Motta e Columbano Bordalo Pinheiro.
António Lamas, Presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra, refere, no prefácio, que esta encomenda
“se insere na vontade da empresa Parques de Sintra em fomentar a investigação sobre a vida e obra do Rei-Artista e divulgá-la”, acrescentando ainda que D. Fernando II
“é um fascinante personagem da história e das artes em Portugal, que merece todo o nosso respeito e homenagem”.
Sobre Margarida Magalhães Ramalho
Margarida
de Magalhães Ramalho nasceu em Lisboa em 1954 e é licenciada em
História da Arte. Começou a sua atividade de investigadora com um
trabalho
da Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, em Cascais, como responsável
pelas escavações arqueológicas aí realizadas, entre 1987 e 2005.
Foi
comissária de algumas exposições como ‘Porto 1865 – Uma Exposição’
(1994, Palácio Nacional de Soares dos Reis) e ‘D. Carlos de Bragança, A
Paixão
do Mar’ (1996, Museu de História Natural de Lisboa). Mais tarde, no
âmbito das comemorações do Centenário da República foi comissária
executiva da exposição ‘100 Anos de Património, Memória e Identidade’
(2010)
Desde
há vários anos que se dedica ao estudo das questões relacionadas com a
chegada de refugiados durante a II Guerra Mundial. Nesse âmbito, foi
coautora e responsável pelos conteúdos científicos do Museu Virtual
Aristides de Sousa Mendes e comissária em coautoria da exposição
Lisboa, a Última Fronteira, uma iniciativa da Câmara Municipal de
Lisboa. É também a responsável científica pelos conteúdos do futuro
polo museológico de Vilar Formoso. Colaborou regularmente com a revista
Egoísta e esporadicamente com o jornal Expresso
e é autora de vários guias turísticos e patrimoniais, tendo coordenado
também, em 2010, a edição dos Roteiros de Património de Cascais,
publicados pela Câmara Municipal de Cascais, sendo ainda autora do
volume ‘Fortificações Marítimas’.
Entre
os livros publicados pela autora destacam-se a ‘Fotobiografia do rei D.
Carlos’ (2001), ‘Lisboa na pintura, um olhar sobre a cidade’ (2010),
‘Escrever sobre Sintra’ (2010) ou ‘Lisboa uma cidade em tempo de
Guerra’ (2012).
Fonte:PSML
Fonte:PSML
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