"Cintra era então um refugio, onde se gosava socegadamente longe do bulicio da cidade, sem importunos e sem caminho de ferro. Podia-se ali viver por gosto alguns mezes do anno, os mais quentes , cada familia em sua casa, ou no hotel do Sant’Anna, o que valia o mesmo. Passavam-se os dias em deliciosos passeios ora á Peninha,á Penha Verde, á Varzea de Collares, a Sitiais, a S.Pedro, onde se encontravam francas as quintas dos srs. Marquezes de Vianna e de Vallada, ou ao Duche a gosar a frescura perenne d´aquelle logar, onde a agua nasce borbotando da areia e as arvores seculares se fecham em cerrada aboboda, onde os passarinhos chilreiam e os doirados raios solares a custo penetram por entre a folhagem. Pois foi n’este logar, onde se bifurcam as estradas que vão para a recente Villa Estephania e para a velha fonte da Sabuga, que o bem conhecido negociante da praça de Lisboa, sr. António Lopes Ferreira dos Anjos mandou edificar o palacio, que faz o assumpto da nossa gravura, palacio