Quando o Eléctrico chegou às Azenhas do Mar



“Em 1898 foi adjudicada a José Emidio Pinheiro Borges e José Joaquim Nunes de Carvalho a concessão para o estabelecimento de uma linha férrea por tracção a vapor, aliás aprovada por decreto de 17 de Agosto de 1899, tendo abertura à exploração sido festejada em 2 fases: em 31 de Março de 1904 o troço de Sintra a Colares e em 1o de Julho seguinte, o troço de Colares à Praia das Maçãs. 

O prolongamento até às Azenhas do Mar, espécie de D.Sebastião que haveria de aparecer em manhã de nevoeiro, era considerado como sonho dificilmente realizável. Havia que afirmasse, para demonstrar a sua descrença, que os “eléctricos” só chegariam às Azenhas do Mar quando o chafariz do Arcão deitasse vinho em vez de água. A verdade é que alguns anos mais tarde Alberto May Totta, no dia da inauguração desse prolongamento, mandou colocar uns barris de vinho devidamente canalizados ao chafariz e este, sem que nisso houvesse qualquer espécie de milagre, mas antes em puro acto de prestigitação, deitou realmente vinho. Os mais incrédulos puderam regalar-se com o precioso néctar e comprovar a sem-razão da sua incredulidade."

António Caruna em "Cem anos fazendo o bem"

Comentários

Graça Sampaio disse…
Uma curiosidade tão interessante! Mas a fotografia é que é um mimo, com aquela escola de esquina que continua a ser (mais) um ex-libris das Azenhas... Lindo!

Beijinho, Pedro.
pedro macieira disse…
Graça, Depois de uma semana dedicada às Azenhas do Mar, tinha que incluir esta deliciosa história.Bj.
Graça Sampaio disse…
Maravilha...

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