Apesar da contestação os jardins de Seteais continuam fechados ao público

José Alfredo no "Jornal de Sintra" de 5 de Agosto de 1934 escreveu o seguinte poema numa das alturas em que se pretendia fechar o acesso público a Seteais:

Na questão do Seteais
Número "sete" predomina
"Sete" os escritores geniais
Que por sua triste sina,
Têm o caso discutido
Com "sete"pedras na mão
Foi o assunto debatido
Em "sete" jornais,mais não,
Todos com grande facécia
Competência e valor
Quais "sete" sábios da Grécia
"Sete" ais com amargôr,
-Diz o nosso "Rio Dez"
No jornal foram lançados
E,aqui,leitor,já vês.
Domingos "sete" empregados
Como os pecados mortais,
"Sete" as opiniões de alguém,
Que não me consente mais
Divulgar seu nome(Bem:
Vê leitor,a tal respeito
O nosso último jornal,
Se procurares a preceito,
Verás quem é esse tal).
Consta ir o Conde encerrar,
A "sete" chaves as portas:
Contra tal hei-de lutar,
Porque assim,a horas mortas,
Não posso ir ver as estrelas,
Do Penedo da Saudade.
P´ra não 'star com mais aquelas,
E ainda em continuidade
Do assunto debatido
Direi que os vereadôres
-Tomem n'sto bem sentido
São "sete" grandes valôres
Que continuam calados.
E agora,p'ra terminar
Meus versos mal encavados,
Devo já declarar.
Seteais tem "sete" letras...
Mas oh!Que grande revez:
Não há mais "sete" nenhum,
Pois "Madoro" e "Rio Dez"(1),
Têm só seis cada um."

(1)Madoro(Manuel Domingos Rosa) e Rio Dez,dois colunistas do Jornal de Sintra que defendiam a posição do Conde de Sucena que dizia pretender ajardinar o Campo de Seteais para servir como Parque Infantil,concedendo-lhe o mesmo estatuto do Parque da Pena.Só que este parque encerrava ao sol posto e os sintrenses não permitiam que jamais o acesso ao Campo fosse impedido,a qualquer hora do dia ou da noite.

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