Porque hoje é Sábado...

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TRINTA DINHEIROS
No bengaleiro do mercado público
penduraram o coração
Vestem o fato de domingos fáceis
Não têm rosto
têm sorrisos muitos sorrisos
aprendidos no espelho da própria podridão.
Têm  palavras como sangessugas.
Curvam-se muito.
As mãos parecem prostitutas.
Alma não têm. Penduraram a alma.
Por fora parecem homens.
Custam apenas trinta dinheiros.

Manuel Alegre/Praça da Canção

*Foto: ruína da Praia da Aguda/Sintra

Comentários

Fatyly disse…
Escolheste um magnífico poema para esta foto que na contraluz...bateram fundo!
pedro macieira disse…
Fatyly,
A poesia é intemporal, mas a actualidade obriga-nos a voltar a ler e a ouvir as palavras que se pensava que já eram parte da história.
Abraço

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