A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA IMPLANTOU VALORES!
Ao Comemorar hoje o 5 de Outubro de 1910, deveremos ter presente, que a República traz com ela valores que devemos defender, e a forma que encontrei de homenagear todos aqueles que lutaram pela implantação desses valores ,é a transcrição de um texto que gostava de ter escrito. Um texto de Ana Gomes , publicado na "Causa Nossa"
A QUADRATURA DO CÍRCULO
Um sujeito de meia-idade, forte, barbudo, mal-enjorcado, aspecto magrebino, foi detido à entrada do aeroporto de JFK, em Nova Iorque. A fotografia no passaporte, português, levantou suspeitas. O sujeito explicou primeiro, berrou depois que era português, esperneou que era/fora até deputado, exigiu contactar a embaixada de Portugal. Invocou o Presidente de Portugal, Cavaco Silva, Barroso o Presidente da Comissão Europeia. Repetia como um mantra: abrupto, abrupto...Os fiscais aeroportuários não se deixaram impressionar: pouco depois entregavam-no a agentes à paisana. O homem foi interrogado durante horas numa sala reservada do aeroporto. No final foi despido, apalpado, objecto de investigação rectal (deram-lhe depois uma fralda...). Um fato macaco laranja para vestir. Em seguida foi enfiado num pequeno avião, de olhos vendados e mãos algemadas. O avião parou horas depois. Não sabia se era dia ou noite, estava confuso, esgotado, escandalizado, incrédulo, era um sonho mau... Entrou um bafo de ar quente e húmido. O avião arrancou de novo. Aterrou algures. Tiraram-no do avião. Ouviu falar árabe. A carrinha parou: disseram-lhe então que estava entrar na cadeia El Falestin, arredores de Damasco, Siria. Semanas depois, durante uma pausa das brutalizações que acompanhavam o interrogatório, disseram-lhe que se não falasse, não sairia vivo. O "Pide" bom aproveitava-se do seu esgotamento e aconselhava-o a confessar que era íntimo colaborador de Bin Laden. Viera para Portugal para preparar a logística do próximo grande atentado da Al Qaeda. Falava português e isso ajudava na cobertura. O passaporte fora obtido num lote roubado há anos no Consulado Português em Macau - os "primos" portugueses tinham confirmado o número, em consulta rápida logo após a sua chegada a NY. O homem emagrecera 40 quilos, ao cabo de de treze meses de indizíveis torturas e humilhações. Confessara o que eles queriam, para as sevícias pararem. Pararam. Pasmava como sobrevivia no catre imundo e apertado. Sem livros, jornais, papel, caneta, sem computador, sem abrupto. Como era possível que ninguém o procurasse?Enganara-se. Uma senhora movia mundos e fundos, a chagar toda a gente. Impossível que tivesse decidido dar o pira, "desaparecer" em NY. Mas ninguém queria admitir a hipótese de que tivesse sido sequestrado, ninguém tinha aparecido a exigir resgate. O tipo estava farto, pensavam. Livros, senhoras, computadores, blogs, C-Span e tudo o que ele apreciava, em NY nada faltava... A embaixada americana garantia ter sido vasculhado tudo - confirmava-se que chegara a JFK, mas depois evaporara-se... Europol, Interpol haviam sido accionadas. Sem resultados... A senhora começou a conformar-se.Passou mais um ano. Transferiram-no para Bagram, abruptamente. Regime mais leve, apesar de toda a boçalidade. Começou a aprender árabe com um com quem lhe permitiam partilhar horas no páteo ao ar livre. Ainda lá está. A CIA já percebeu que se enganou. Mas o erro é tão monumental, que custa a admitir: as repercussões serão demolidoras, como as antigas charlas que os "primos" dizem agora que ele fazia na TV em Portugal.Ainda vai emagrecer mais, o magrebino barbudo. Pacheco Pereira, teima ele que se chama. Abrupto será nick-name? Who cares? And why care?
Ana Gomes in Causa Nossa
A QUADRATURA DO CÍRCULO
Um sujeito de meia-idade, forte, barbudo, mal-enjorcado, aspecto magrebino, foi detido à entrada do aeroporto de JFK, em Nova Iorque. A fotografia no passaporte, português, levantou suspeitas. O sujeito explicou primeiro, berrou depois que era português, esperneou que era/fora até deputado, exigiu contactar a embaixada de Portugal. Invocou o Presidente de Portugal, Cavaco Silva, Barroso o Presidente da Comissão Europeia. Repetia como um mantra: abrupto, abrupto...Os fiscais aeroportuários não se deixaram impressionar: pouco depois entregavam-no a agentes à paisana. O homem foi interrogado durante horas numa sala reservada do aeroporto. No final foi despido, apalpado, objecto de investigação rectal (deram-lhe depois uma fralda...). Um fato macaco laranja para vestir. Em seguida foi enfiado num pequeno avião, de olhos vendados e mãos algemadas. O avião parou horas depois. Não sabia se era dia ou noite, estava confuso, esgotado, escandalizado, incrédulo, era um sonho mau... Entrou um bafo de ar quente e húmido. O avião arrancou de novo. Aterrou algures. Tiraram-no do avião. Ouviu falar árabe. A carrinha parou: disseram-lhe então que estava entrar na cadeia El Falestin, arredores de Damasco, Siria. Semanas depois, durante uma pausa das brutalizações que acompanhavam o interrogatório, disseram-lhe que se não falasse, não sairia vivo. O "Pide" bom aproveitava-se do seu esgotamento e aconselhava-o a confessar que era íntimo colaborador de Bin Laden. Viera para Portugal para preparar a logística do próximo grande atentado da Al Qaeda. Falava português e isso ajudava na cobertura. O passaporte fora obtido num lote roubado há anos no Consulado Português em Macau - os "primos" portugueses tinham confirmado o número, em consulta rápida logo após a sua chegada a NY. O homem emagrecera 40 quilos, ao cabo de de treze meses de indizíveis torturas e humilhações. Confessara o que eles queriam, para as sevícias pararem. Pararam. Pasmava como sobrevivia no catre imundo e apertado. Sem livros, jornais, papel, caneta, sem computador, sem abrupto. Como era possível que ninguém o procurasse?Enganara-se. Uma senhora movia mundos e fundos, a chagar toda a gente. Impossível que tivesse decidido dar o pira, "desaparecer" em NY. Mas ninguém queria admitir a hipótese de que tivesse sido sequestrado, ninguém tinha aparecido a exigir resgate. O tipo estava farto, pensavam. Livros, senhoras, computadores, blogs, C-Span e tudo o que ele apreciava, em NY nada faltava... A embaixada americana garantia ter sido vasculhado tudo - confirmava-se que chegara a JFK, mas depois evaporara-se... Europol, Interpol haviam sido accionadas. Sem resultados... A senhora começou a conformar-se.Passou mais um ano. Transferiram-no para Bagram, abruptamente. Regime mais leve, apesar de toda a boçalidade. Começou a aprender árabe com um com quem lhe permitiam partilhar horas no páteo ao ar livre. Ainda lá está. A CIA já percebeu que se enganou. Mas o erro é tão monumental, que custa a admitir: as repercussões serão demolidoras, como as antigas charlas que os "primos" dizem agora que ele fazia na TV em Portugal.Ainda vai emagrecer mais, o magrebino barbudo. Pacheco Pereira, teima ele que se chama. Abrupto será nick-name? Who cares? And why care?
Ana Gomes in Causa Nossa
Comentários
e, por aí adiante...
Para que serve, afinal, 'brincar' assim?
Cordialmente
Agradeço as suas visitas, e relativamente ao texto que publiquei,de Ana gomes que pretendi ser a minha homenagem aos velhos republicanos, é de facto uma caricatura sobre os "Pachecos Pereiras", uns conhecidos defensores das politicas de Bush, e defensores fundamentalistas das invasões do Iraque, ora são estes defensores das transgressões das leis internacionais,e dos direitos humanos(nos outros), justificando que a guerra é guerra e portanto vale tudo,e que do outro lado não há vitimas, sómente suspeitos......e com as suas análises , defendem teorias geoestratégicas que justificam sempre as intervenções americanas no Mundo, que se esquecem das vitimas dos processos "vale tudo" utilizados pelos seus amigos americanos, em Guantanamo, Síria, Polónia, no Afeganistão,no Iraque.
E que melhor imagem não seria vê-los eles próprios vitimas dos métodos "persuasivos" que defendem (nos outros),neles próprios......e foi isso que Ana Gomes fez e que eu transcrevi, porque também acho que apoiar guerras em casa dos outros, bem refastelados nas "Marmeleira" a dar palpites sobre as catástrofes bélicas, tomando sempre a posição do agressor já é demais.....e demontra falta de alguns valores humanistas e de justiça, roçando uma grande hipocrisia.
Não quero terminar sem agradecer a sua critica, sabendo que quando escolhi o texto ele era criticável , pela forma e por não ser uma opinião unanimemente aceite.Mas a defesa do que acho que são valores e princípios fez-me colocar aquele texto que faz uma caricatura exactamente à falta destes, por aqueles que pretendem convencer todos das suas “verdades”, mesmo “esquecendo” factos e alterando as realidades.
Um abraço.
Pedro Macieira
Agradeço a urbanidade da sua resposta. Todavia, se o texto de AGomes for, como diz, uma denúncia do estatuto empastelado que transpira da crítica compulsiva da inteligentia nacional [de PP(s) e quejandos], ainda assim, parece-me fraco o seu efeito dada a falta de subtileza da (pseudo) metáfora que, assim, resulta penosamente num efeito boumerang que, também ele, a nada conduz de estimulante.
Mas não insistirei mais nesta acha, também ela sem o humor que gostaria de apreciar nas diatribes de AGomes.
Sempre a cumprimentá-lo,