Viagem triste pela Estefânia de Sintra
A Associação de Defesa do Património de Sintra (ADPS)” defende o regresso da circulação automóvel à principal artéria da Estefânia , a avenida Heliodoro Salgado, atendendo à agonia que enfrenta aquela zona residencial e Comercial.”
Esta obra feita no tempo de Edite Estrela na autarquia, que já não vive em Sintra.... veio cortar Sintra ao meio, criando um espaço antes com grande movimento comercial, numa artéria sem trânsito e de comércio descaracterizado composto quase na totalidade por lojas chinesas. Também a ASDPS considera que as “características do bairro da Estefânia não foram devidamente equacionadas quando a Avenida Heliodoro Salgado foi pavimentada com pedra de um cinzento triste, um equipamento de rua mínimo de pouca qualidade, uma total ausência de árvores, arbustos e flores, tornando esta artéria num local soturno, inóspito e sem vida.” E propõem a abertura de tráfego num dos sentidos, prevendo ainda o prolongamento do eléctrico até à estação de Sintra.
Aqui está uma posição que só pode ser criticada por tardia, pois quem vive ou passa em Sintra magoa ver o estado a que se chegou naquele local, é ver o estado de abandono de uma parte dos edifícios, parecendo que estamos num território que não tem nada a ver com a classificação da Unesco a Sintra, como “Património Mundial da Humanidade”, e se este atentado a Sintra, tem como autoria o PS, o actual desleixo e a não criação de uma “Task force” para a gestão do património exigido pela Unesco com o prazo limite até 31 de Dezembro de 2006 é um desrespeito do PSD/CDS ,e silêncio dos partidos da oposição.
- Todas as fotos obtidas esta manhã às 10h30minutos- Imagens sem comentários -11 de Janeiro de 2007 -
(Fotos : PedroMacieira)
Comentários
quanto aos edifícios arruinados, terá de se encontrar (isto se houver interesse na sua reabilitação.....)uma solução com os interessados, para que Sintra não perca a sua identidade.
Passo bastante vezes na Estefânia e digo-lhe que fiquei espantado, quase não a reconheci pelas fotos que apresenta. O dia escolhido, ou em que calhou tirar as fotografias, foi bom para o negativismo.. Dia cinzento, escuro, triste.. Choveu de noite.. Chão molhado… Consegue-se um cenário ainda mais triste do que na realidade é.
Depois diz, "se este atentado a Sintra, tem como autoria o PS". Discordo com isto por dois motivos, primeiro porque generaliza o trabalho da Gestão duma Câmara, para um partido nacional. E mais importante, o órgão executivo da Câmara não é exclusivamente PS, tem vereadores de todos os partidos consoante os resultados das eleições. No limite concordava que se dissesse que a autoria foi do vereador X do partido A, em conjunto com Edite Estrela, Presidente da Câmara.
Depois não acho intelectualmente correcto a colocação de fotos cujo abandono nada teve a ver com o trânsito. É misturar assuntos. Pois nesses sítios continua a haver trânsito. Mais uma vez, fotos demasiado escuras. O edifício abandonado como sabe era uma bomba de gasolina e estação de serviço que teve que ser abandonada, quando o governo criou regras acerca dos tanques de combustível/edifícios.
Relembro ainda que quando foi cortado o trânsito havia uma forte contestação e enormes engarrafamentos todos os dias. Havia estacionamento abusivo também.
Não gosto da Estefânia como ela está actualmente, mas não vejo que o trânsito seja solução. Ficava mais bonito em calçada, com árvores.. Agora ter trânsito, com carros parados na via também vai parar ao mesmo.
Última nota: O encerramento de lojas de comércio tradicional, bem como a proliferação de lojas especializadas em pequenos produtos importados da China está a acontecer um pouco por todo o Portugal, inclusive em zonas finas como o Chiado, Av. República e Marquês de Pombal. O Pedro Macieira associa-a ao corte de Sintra pela via sem trânsito. É um raciocínio… ousado..?
Agradeço a expressão da sua opinião sobre o meu post, e repeito-a, mas como é óbvio, não poderei estar de acordo.
1º O dia “escolhido” foi um dia útil normal (entre as 10H30 e as 11H00), mas poderia ser a outra hora qualquer pois o movimento poderia ser exactamente o mesmo, talvez com mais carrinhas estacionadas a fazer descargas de mercadorias , e talvez um carro da policia lá estacionado...quanto ao chão molhado e o dia cinzento são contigência de estarmos em pleno Dezembro, e quanto ao ambiente envolvente não ser agradável, tem sómente a ver com as opções dos que pensaram aquela solução com aqueles materiais para aquele local. As imagens não foram manipuladas por mim, e até tive o cuidado de as publicar exactamente sem qualquer corte.
2ºQuanto ao ser ou não um atentado urbanístico a Sintra, na minha opinião foi. E tem responsáveis conhecidos a Drª Edite Estrela do Partido Socialista toda a sua vereação, os mesmos responsáveis que deixaram o IC19 sem solução nem alternativas. E que o eleitorado castigou não a reelegendo .E os resultados dessa opção estão à vista com o estado actual da Estefânia.
3º O post em referência tinha como título, “Um passeio triste pela Estefânia de Sintra”, e não sómente uma critica ao fecho da rua ,e focava um comunicado de uma Associação(ADPS) a que não pertenço mas tem a mesma opinião que eu relativamente à Av.Heliodoro Salgado, e apresenta uma solução que eu também estou de acordo.O conteúdo do meu post, e também do comunicado da ADPS, que eu não trancrevi na totalidade, analisa a situação da degradação urbanística e social daquela artéria.Logo o resultado da pavimentação da avenida e a falta de movimento o fecho do comércio tradicional, tem como consequêcia a médio prazo a degradação de toda a envolvência.Portanto rejeito totalmente que a minha posição não seja intelectualmente correcta.
O facto da existência da “invasão do comércio chinês por todo o lado e Sintra não será excepção, e que tem a ver com a tal mercado global.....e eu não associo a sua existência na Av.Heliodora Salgado em Sinta pelo fecho da rua. Mas são consequência mais uma vez da solução encontrada pela DrªEdite Estrela para aquela zona, deixando-a sem movimento (potenciais clientes do comércio tradicional que ali existia), e criando um ambiente em degradação que permite a organizações comerciais devidamente organizadas como os chineses fazerem propostas de compra ou aluguer de espaços, que para os antigos donos deixaram de ser viáveis....por falta de clientes.
Quanto à degradação do Imóveis que apresento e que estão à vista de todos basta passar por lá, é também um atentado ao património de Sintra, e neste caso o responsável actual é o Dr Fernando Seara, ( e a sua vereação) por que estando no seu segundo mandato na autarquia Sintrense, não tem feito nada para alterar o estado das coisas , que cada vez estão mais degradadas. Se existem fundos autárquicos para pintar a casa do José Castelo Branco, se existiram engenharias financeiras para construir a malfadada “Casa das Selecções” porque é que existe uma displicência tão grande em relação ao património?
Caro Nuno Saraiva este meu comentário está já demasiado longo, mas terei todo o prazer em discutir consigo os meus pontos de vista em outro “local” ou por outro meio, e se a minha resposta não tiver sido convicente agradeço que faça a réplica ue terei todo o gosto em responder.
Um abraço.
Pedro Macieira
Adenda ao meu comentário
O trânsito em Sintra.
Por lapso não respondi ao ponto relativo aos engarrafamentos.Nuno Saraiva menciona o facto antes do fecho da rua existiam engarrafamentos. E agora passaram para a zona da Portela de Sintra e para a Rotunda da Estefânia com filas de carros vindos do Lourel e de Colares, e mesmo no acesso via Hóquei de Sintra para a Estefânea. Já várias vezes encontrei “forasteiros” portugueses e estranjeiros “perdidos” na tal rotunda da Estefânia pois não conseguem encontrar o caminho para a Vila.....portanto os problemas de trânsito dentro de Sintra é completamente desajustado, além que de facto o fecho da artéria ter dividido Sintra ao meio, criando dificuldades de trânsito de um lado para o outro.
Concordo que a solução encontrada para o circuito de trânsito está longe de ser perfeita, pelo contrário, está bem confusa e quase torna impossível explicar a alguém que não conheça Sintra o caminho da Vila ou de S. Pedro para Colares.
Em relação ao trânsito é certo que se dificultou o trânsito dentro de Sintra para facilitar a saída de Sintra em direcção a Lisboa e a Cascais. Resta saber o que prefeririam a maioria dos munícipes.
De resto o comércio continuo a achar pouco consistente a associação, pelos motivos referidos acima. Provavelmente mais influência teve na desertificação da rua acabarem os estacionamentos que havia no sítio do eléctrico, e na rua que ia para o comboio, onde se fazia a praça às terças, quintas e sábado. Se no resto do país, sem obras, cortes de trânsito e afins fecham lojas, fábricas e oficinas, não consigo aceitar o raciocínio que em Sintra foi por terem cortado o trânsito numa via, como mostra a primeira foto antiga do outro post, não tinha sítio onde estacionar e um passeio diminuto.
A Correnteza está suja, os bancos partidos e imundos, os candeeiros sem luz e sem lampadas, os pombos proliferam e tudo destroem, etc etc. É esta a Vila que temos...
*e já agora para não me esquecer, como devem saber Sintra é uma zona que é sustentada muito à base do turismo... logo de Inverno é normal haver menos movimnetção do que no Verão, porque no Verão tanto faz ser de manhã, de tarde ou de noite, durante a semana ou no fim-de-semana que há sempre bastante movimentação... isto porque é óbvio que a foto foi tirada na altura das chuvas ou pelo menos é o que aparenta para acrescentar à tese anterior sobre a movimentação em Sintra!!!
mas vamos lá tentar encontrar a razão desses engarrafamentos nesses locais...
Portela de Sintra - ESCOLAS (Secundária Santa Maria, Básica D. Fernando, Jardim de Infância e primária e básica D. Carlos I que se situa em Sintra mesmo ao lado de Lourel, creches...etc) que fazem com que surjam esses engarrafamentos ñ só nesta zona mas também na rotunda do duche para quem vem de Colares, Lourel e até mesmo do Hóquei nas horas de ponta como em outro lado qualquer, e, para além das escolas, pessoas a sairem do trabalho e outras mesmo a entrar... enfim penso que conseguimos encontrar várias razões para essses engarrafamentos nas horas de ponta, porque tirando isso... não me lembro de nenhum engarrafamento... mas há algo com que eu tenho de concordar, a má sinalização... mas para variar isso não se observa apenas em Sintra, mas seria algo que se fosse melhorado, agradecia bastante pois gente perdida também contribui para os engarrafamentos!!!!
e peço imensa desculpa a minha ousadia mas já agora adoraria saber se o sr. pedro macieira é residente de Sintra!!! é que pelo menos... não parece e faz com que quem seja fique um tanto chateado com alguns comentários os quais nem chegam a ter senso visto que... aponta para as más coisas de Sintra esquecendo-se que são coisas que acontecem em todo lado!!! é claro que todos os sintrenses gostavam que as coisas melhorassem em todos os aspectos referidos... só há um pequenino problema, para além da crise pela qual estamos a passar, não há verbas para tudo e mesmo que houvessem as coisas não se fazem de um dia para o outro... mas para contentar um pouco o seu problema posso-lhe dizer que há projectos... é claro que isso não quer dizer que sejam postos em prática... mas penso que devemos ter um pouco de esperança e calma e também não devemos só criticar e ajudar naquilo que podemos... não lhe parece???
cumprimentos
Agradeço a visita e a sua participação neste importante assunto que é Sintra.Além da resposta que dei acima ao Nuno Saraiva, queria dizer-lhe que desde os anos sessenta vivo no concelho de Sintra e desde essa altura frequento Sintra, Cacém, Almoçageme, Mucifal Colares,etc....como pode ver conheço bem do que falo, não sou um mero visitante encantado pelo palácio da Pena. Como cidadão interesso-me pela preservação do património, pela qualidade de vida das pessoas da região onde vivo. A politica autárquica deste concelho tem criado obstáculos à qualidade de vida dos Sintrenses,umas vezes por opções erradas outras vezes por compadrio politico/partidário.Sintra especialmente a zona da Estefânia e a Vila Velha, são as principais vitimas da falta de bom senso das últimas equipas camarárias.
As fotos publicadas em 2007, infelizmente só não são actuais porque os imóveis hoje estão mais degradados – sinal que ninguém, nenhum poder resolveu o problema e ele foi agravado.Quanto ao fecho da Av.Heliodora Salgado como explico ao Nuno Saraiva seu fecho à circulação foi um dos maiores atentados a Sintra. Partindo Sintra ao meio criando a maior das confusões para a circulação.
Quanto aos vários imóveis (cada vez mais)degradados serem propriedade privada isso é verdade mas CMS tem meios ao seu alcance para resolver e impor soluções para que os seus proprietários sejam obrigados a assumir a preservação das suas propriedades.E isso também a CMS não fez.Na curva do Duche, os imóveis que se encontram no parque estacionamento são propriedade camarária vergonhosamente “tapados” com telas pintadas estão em ruínas,como as casas da escadinhas do Hospital também propriedade da Câmara etc,etc
Voltando à Estefânia , em frente ao Olga Cadaval uma vivenda envolvida por uma gigantesca trepadeira também em ruínas, a desertificação do comércio tradicional, o mau gosto do pavimento utilizado na zona pedonal , também são factores que descaracterizam Sintra.
Penso que toquei em alguns assuntos senão todos, que critica no seu interessante comentário, não coloquei de propósito a análise necessária do enquadramento politico e das negociatas que são a causa destas muita coisas que tem acontecido por Sintra.Sintra no seu todo e não só na Estefânia, mas terei todo o gosto se assim pretender continuar com esta interessante “conversa”.
Cumprimentos