História às camadas - O Eléctrico da Cª Cintra-Atlântico

O eléctrico de Sintra foi inaugurado oficialmente em 31 de Março de 1904, com o material circulante encomendado à J.G.Brill Company (Estados Unidos). O percurso com uma extensão de 8.900 metros, foi prolongado a 10 de Julho desse ano até à Praia das Maçãs, totalizando uma extensão de 12.685 metros. Mais tarde em 31 de Janeiro de 1931, o eléctrico chegou às Azenhas do Mar.

A Estação do Banzão, agora  com as cores da Companhia Sintra Atlântico (foto em 04/04/2019)

Durante as obras  em 2019, de transformação daquele histórico espaço, para ocupação de um negócio privado, começaram a surgir, por baixo das pinturas  mais recentes e após limpeza da fachada,  interessantes  pedaços de história -  inscrições de outra época, quando a denominação usada pelo Eléctrico e pelos autocarros de passageiros, com a cor azul,  pertenciam à Companhia Cintra - Atlântico.
Lamentavelmente as inscrições foram apagadas.

Foto 04/04/2019 com as antigas inscrições da "Cintra-Atlântico"

Companhia Cintra-Atlântico (1914 -1975)

-Recorrendo ao livro, de Valdemar Alves, um saudoso amigo e Júlio Cardoso "Eléctricos de Sintra":

"A 15 de Agosto de 1914, o novo dono dos eléctricos tomou posse de todos os seus bens (do eléctrico) e respectivas concessões da extinta "Cintra ao Oceano".
A 18 de Outubro de 1914, foi constituida a nova companhia "Cintra-Atlântico S.A.R.L", com um capital de 135.000$00 dividido em 5.400 acções de 25$00 cada uma."

Foto em 04/04/2019/ Estação do Banzão, a sala de Espera e sala de Despachos da "Cintra Atlântico"

A estação do Banzão da Cª Cintra-Atlântico

"No Banzão, os ventos de mudança também se fizeram sentir, pelo que a 14 de Agosto de 1938 foi inaugurada a nova estação, que substitui o inestético barracão em madeira que aí existia. Esta magnifica realização da direcção de Camilo Farinhas, possuia várias dependências, como sala de espera, escritório, bar, casa de banho, sala de despachos de mercadorias, cais e uma linha para os carros que se prolongava até ao interior das Caves de Salreu."

Sala  de Mercadorias /foto em 04/04/2019
Uma fotografia do ano passado, com um eléctrico guardado - num acesso ao interior da Adega Visconde de Salreu, de onde partiam as caixas de vinho de Colares, eventualmente para o mercado exportador (Brasil por ex.)

Créditos:
*Francisco Figueiredo, pela informação do surgimento das antigas inscrições na estação dos eléctricos.
*"Eléctricos de Sintra um percurso centenário" de Júlio Cardoso e Valdemar Alves

Comentários

Rosa Machado disse…
Nestas caves, trabalhou como contabilista? Guarda-Livros? O padrinho de minha Mãe, António da Luz Lopes, que residiu em Benfica, na Rua Cláudio Nunes.
pedro macieira disse…
Obrigado pelo comentário.
Cumprimentos

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