Porque não vai Lisboa passar o Verão a Sintra?


Cartaz da Companhia Sintra -Atlântico com o serviço de ligação de Lisboa a Sintra, com os veículos de "luxo" de 1937.
Imagem retirada do "Eléctricos de Sintra" de Júlio Cardoso e Va ldemar Alves

Porque não vai Lisboa passar o verão a Sintra?
-Era esta a questão que o "Jornal de Sintra"de 4 de Agosto de 1937 colocava como título de uma notícia que além de salientar que "Não há estrangeiro que, posto em presença da exuberância fantástica de Sintra e da formosura inigualável dos Estoris, não se confesse dominado por tamanha grandeza de vegetação e de luz".divulgava também o serviço da Companhia Sintra Atlântico com a recente aquisição para" as carreiras entre a capital e as Azenhas nos novos «auto-cars», a óleos pesados, que são a ultima palavra do conforto em matérias de transportes".
E informa ainda o "Jornal de Sintra" que "basta ir ali abaixo ao Largo de S.Domingos,instalar-se num desses esplêndidos carros automóveis e deixar-se conduzir.Minutos depois, estará em contacto com esse cenário de sonho, com essa «feerie» de luz e do sol, que é a região linda , e incomparável de Sintra."



Imagem do titulo da notícia do Jornal de Sintra de 4 de Agosto de 1937
"Vai-se hoje de Lisboa ás Azenhas do Mar como se ia noutros tempos a Algés ou a Benfica, com a diferença de que se pode fazer agora o passeio em condições quasi inacreditáveis de comodidade e de preço"

Comentários

Anónimo disse…
A carreira Lisboa-Azenhas do Mar foi inaugurada a 20 de Junho de 1932. As chegadas e partidas em Lisboa era nos Restauradores, junto ao Parque Mayer. A partir de 1 de Abril de 1933 as chegadas e partidas passaram a ser no Palácio dos Condes de Almada (conhecido por Palácio da Independência), no Largo de São Domingos. Nas Azenhas do Mar e ao contrário dos carros eléctricos que chegagam e partiam junto à Adega dos Chitas (onde começa a estrada para Janas), os autocarros chegavem e partiam do Largo Paula Campos.
Das Azenhas do Mar partiam carreiras às 7.40 e 16.00 que regressavam de Lisboa às 10.00 e 18.00. O percurso demorava hora e meia a ser feito e o preço ida e volta, era de 13$00 (uma fortuna para a época).
Valdemar Alves
José Cavalheiro disse…
Estás mesmo a mergulhar nas recordações de Sintra Antiga.
Tenho ficado deslumbrado com as reproduções de fotos e postais, e agora vêns-me com cartazes e recortes de jornais.
Vá vai trazendo até nós essas recoradções de tempos idos.
Ainda viajei nessas camionetas da Sintra-Atlantica e na Palhinhas, que fazia a ligação se Sintra a Cascais pela chamada volta á serra, eram todas brancas.
hahaha
Estou a gostar
Fica bem
pedro macieira disse…
Valdemar Alves,
Obrigado mais uma vez pelo comentário, com tantos dados , que enriquecem a informação sobre este serviço de carreiras da Sintra-Atlântico nos anos 30, e curiosamente anunciava-se que em poucos minutos estavamos em Sintra!!! 69 anos depois com os automóveis de alta tecnologia....fazer o IC19 em qualquer sentido não é pera doce...
Um abraço
pedro macieira disse…
José Cavalheiro,
obrigado por mais uma visita, e vou tentar continuar na senda de Cintra
Um abraço
Anónimo disse…
Só mais uns dados. As cores inciais dos autocarros da Sintra-Atlântico eram vermelho e creme, muito semelhante ao dos carros eléctricos actuais. Em 1955/56 passaram a azul e branco a puxar para o creme e, foi assim que chegaram a 1975, ano da nacionalização da empresa. Os Cooperativa Lisbonenses de Chauffeurs (vulgo Palhinhas) eram cinzentas e brancas e outras quase completamente brancas, somente com algumas riscas finas em cinzento.
Valdemar Alves
greentea disse…
PERCURSO DE HORA E MEIA , EM 1932???????????????????

E NÃO HAVIA A IC19 ALARGADA!

ÀS VEZES PARA CHEGAR AO cACÉM OU A rIO DE mOURO PRECISAMOS DESSE MESMO TEMPO... Cheguei a demorar duas horas Lisboa /Magoito, agora e aqui!

"Mistérios da Estrada de Sintra", sem dúvida.


Uma delicia de post, Pedro

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