A Quinta da Bacalhoa e a carta de Sintra

A Bacalhoa, como obra do último quartel do século XV mandada executar por D.Brites, filha do infante D.João, mestre de Santiago e mulher do infante D.Fernando.

Quinta da Bacalhoa (Azeitão) casa do tanque (Imagem retirada daqui)
Pequeno historial da Quinta da Bacalhoa, retirado da Monografia Historico-Artistica
“Quinta e Palácio da Bacalhoa em Azeitão "– aut. Joaquim Rasteiro -1895

Nos tempo do rei D.João I era seu monteiro mór das matas de Azeitão em Ribatejo, João Vicente, que trazia emprazada em vida de três pessoas uma quinta em Azeitão.

Uma parte da propriedade era foreira à coroa e a restante a Diogo Fêo.

Em virtude de João Vicente estar velho, cego e pobre , o rei comprou o dominio directo da quinta a Diogo Fêo para isso deu licença a Alvaro Annes para vender o emprazamento ao infante D.João, seu filho , por carta datada de Cintra a 4 de setembro de 1427.

Esta venda foi por vinte e oito mil reaes brancos por uma peça de pano de Ingraterra, conforme o instrumento feito e assignado por Gil Esteves e pelo infante em Setuval pustumeiro dia de setembro de 1427.

O infante teve a quinta pelo antigo fôro de duas corôas de oiro, até que o seu irmão D.Duarte lhe fez mercê pura e irrevogavel doaçam da dita quintãa de juro e de herdade, de suas rendas, direitos, entradas, saidas e pertenças d’este dia pera todo o sempre pera elle e todos os seu herdeiros e sucessores que depos elle veerem nom embargando que seja da corôa.E portanto lhe mandamos dar esta carta assignada per nós e assellada do nosso sello de chumbo.Dante em Cintra XXVIII dias de agosto-Lourenço de G.es afez era do nascimento de nosso senhor ihuus xpo de mill iuj.e xxx uj annos.

D.João II, de Cintra a 7 de Dezembro de 1485, e D.Manuel, de Alcochete a 24 de Julho de 1496, confirmaram esta doação, estando na posse da propriedade a infanta D.Brites, sogra do primeiro e mãe do segundo.

- Passados 573 anos, o seu proprietário é o comendador Joe Berardo.



Comentários

Anónimo disse…
Muito interessante o seu post, pela informação e também pelo documento.
No século XX o "comendador" veio substituiu-se ao "rei"...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...
e.r.
pedro macieira disse…
Pois é Portugal está a ficar o País dos Berardos, e dos exemplos que conhecemos o valor máximo deste nosso tempo é o dinheiro, assim quem o tem tem poder. E esse poder permite mesmo chamar doente mental a pessoas que nunca foram braços direitos do apartheid, e que tem uma obra cultural relevante no nosso país.
E que não precisa de forrar os edificíos com bandeiras com o seu nome para se sentir importante.
Um abraço
Zé-Viajante disse…
Calma Pedro.
Ainda é cedo, mas os Emblemas de Sintra (Pena, Mouros, Regaleira, Seteais, Palácio da Vila, Monse....chega)ainda lhe vão parar às mãos.

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