A ainda verdejante estrada florestal da Peninha
Na semana passada a estrada florestal no acesso aos Capuchos, apresentava um ambiente verdejante, envolvido por uma espessa neblina que lhe dava uma luminosidade e beleza, que faz da Serra de Sintra um local único.
O mesmo não se pode dizer da Tapada D.Fernando II e em toda a envolvência do Convento dos Capuchos, e mais recentemente na Tapada de Monserrate, derivado da desarborização ali praticada pela PSML, deixando aquela zona irreconhecível - zona classificada Paisagem Cultural pela UNESCO, e como afirmou Carlos Albuquerque, o ex-director do Parque Natural de Sintra–Cascais ao Jornal Público de 23-01-2009 , “As intervenções realizadas nas tapadas da serra contrariam todas as orientações preconizadas pela Autoridade Florestal Nacional", o também antigo administrador da PSML, sociedade pública que gere os parques e monumentos da serra, entende que "as acções estão a pôr em causa a própria vivência" de Sintra, e que a "desarborização completamente injustificada" ameaça a biodiversidade na área protegida e aumenta as condições para a proliferação de infestantes e a erosão dos solos.
Comentários
1º. O nosso Ministro do Ambiente quando o confrontaram há dias com este assunto afirmou, peremptório, que “o que está a ser feito é exactamente o que deve, e tem que ser feito …”, e,
ELE SABE;
2º As afirmações do ex-director do PNSC e de outros técnicos florestais de que
“AS INTERVENÇÕES REALIZADAS CONTRARIAM TODAS AS ORIENTAÇÕES PRECONIZADAS PELA AUTORIDADE FLORESTAL"
e de que
“A DESARBORIZAÇÃO QUE ESTÁ A SER FEITA É COMPLETAMENTE INJUSTIFICADA"
não têm motivo pela simples razão de que:
Para substituir as árvores cortadas foram já repostas outras 20 000 e vão juntar-se-lhe mais 5000 (de poucos centímetros de altura, é verdade, mas são muitas...), todas cedidas pela "Portucel" (que substituiu a “Sequoia Verde”) a troco das respectivas madeiras abatidas;
E, também, porque o protocolo estabelecido com os Serviços Prisionais (e os presos não vão acabar, presumo), vão encarregar-se de “catar”, todos os anos, as milhares de acácias que entretanto vão germinar e, porque não, regar uma a uma as 25OOO(?)que hão-de ficar adultas daqui a algumas décadas, para o caso de um carvalho, pelo menos 80 ou 100 anos.
Apresse-se o autor do blogue a fazer a sua reportagem porque, fotografias como as que publicou hoje, vão tornar-se mais difíceis de captar.
Está tudo previsto, que é o mesmo que dizer:
Sobre este assunto, podemos todos dormir descansados...
(O QUE NÃO É O MEU CASO).
em Rio de Mouro a troco dese fazer/instalar uma gasolineira deitaram-se abaixo inumeras arvores da mata no seguimento das q já tinham sido abatidas por causa do alargamento da IC 19...
Receio bem bem não poder continuar a fazer fotos,daquele local se a guerra contra as "infestantes" desencadeada pela PSML, não terminar rápidamente...
Um abraço
Uma solução à Portuguesa foi implementada nos Tribunais. Como havia roubos constantes de máquinas multibancos dos edificíos do Tribunais, fechado à noite sem qualquer elementos de segurança- encontrou-se uma solução o Ministério mandou retirar as máquinas...acabaram-se os roubos.
Transpondo esta genial ideia para a zona florestal de Sintra, e querendo terminar com os riscos de incêndio - desde que não haja árvores não haverá possibilidade de incêndios...
Um abraço
As vozes criticas, nesta nossa democracia parecem ter pouco peso.
As afirmações de técnicos acima de qualquer suspeita abafam-nas.O que está a acontecer na Serra de Sintra é justificado por uma intervenção para acabar com as "infestantes" que estão em Sintra desde que D.Fernando a arborizou.Aquela floresta tem centenas de anos, o que quer dizer que esta "limpeza" vai determinar que eu não terei tempo útil para voltar a ver a Tapada D.Fernando eo Capuchos como desde miúdo me habituei a admirar.
Portanto tem que haver algum equilibrio entre este tipo de intervenções e o valor patrimonual do que está em causa.E mais diálogo entre os que temporáriamente ocupam os cargos e os que por cá vivem, já viviam e vão continuar a viver.
Um abraço
Onde está patrimonual deverá estar patrimonial.
Pedro Macieira