Considerações (lúcidas) sobre a Paisagem Cultural de Sintra


Hoje no Jornal "Público" José Cardim Ribeiro , assina um artigo com o título”Sete breves considerações sobre a Paisagem Cultural de Sintra”, a propósito das comemorações em Monserrate, do Dia das Paisagens Culturais e Monumentos da Natureza ( 18 de Abril de 2007).

O estado actual do Chalet da Condessa (foto:Alagamares)


Do texto salientamos estes dois pontos:

5." Chama-se ainda a especial atenção para os imóveis patrimoniais em risco iminente de destruição total irreversivel.Neste âmbito, evidencia-se o tristemente célebre caso do Chalet da Condessa, no Parque da Pena, cujos próprios desmoronamentos contém inúmeras peças de valor que deveriam ser urgentemente recolhidas e recuperadas-designadamente troços de pintura parietal e azulejos."

7".Um dos princípios base das classificações da UNESCO tem a ver com o desejável interesse salutar aproximação entre a população e os bens classificados no seu território, repectivo usufruto e gestão.O profundo esquecimento deste princípio constitui um dos maiores desvios da PCS.
...
Actualmente, Paisagem Cultural de Sintra e sintrenses estão de costas viradas uns para os outros, podendo mesmo dizer-se que existe por parte da população uma certa antipatia por aquilo que é hoje, na realidade ,a PCS(é obvio que a gratuitidade das manhãs de domingo, nos monumentos e parques geridos pela PSML, iniciativa meramente simbóloica, em nada altera a lamentável situação subsistente).Permanecem, no âmbito da PCS, espaços que os sintrenses sempre consideraram públicos e como seus:o mais importante, neste aspecto, é o Castelo dos Mouros, que efectivamente deveria ser de novo- como sempre ao longo dos séculos-franqueado à população sintrense."


Castelo dos Mouros (Postal antigo)


-José Cardim Ribeiro elaborou grande parte do projecto de Candidatura de Sintra a Património Mundial,e é membro do ICOMOS.Mais tarde afastou-se do Conselho Académico para o Património Mundial desiludido com o que estava a contecer em Sintra.Actualmente é Director do MASMO, Museu Arqueológico de S.Miguel de Odrinhas.



Comentários

Anónimo disse…
No que toca à entrada gratuita no Castelo dos Mouros e mesmo no Parque da Pena para os moradores no Concelho a mim parecia-me uma medida acertada. A Parques de Sintra Monte da Lua não ficaria mais arruinada e os Sintrenses sentiriam nisso algum tratamente diferenciado. Aliás, a que têm direito, sobretudo no Castelo dos Mouros que como é sabido foi aforado(e não vendido) pela C.M.S. a D.Fernando respeitando algumas condições, entre elas:
"Deixar no Castelo uma entrada franca e pública, de forma a em nenhum tempo poder ser negada a entrada ou saída de tão lindo passeio".
Eu, como moradora no Concelho de Sintra, ficava contente com essa medida.
emília reis
Anónimo disse…
Terra malfadada esta, neste caso Portugal. Tanto dinheiro mal gasto e muito património neste Estado. A juntar as habituais complicações com a propriedade e a aristocracia falida...sobretudo pelo estado em que se encontra o Chlet da Condessa. No entanto, se por um lado, acho que a população local deve usufruir dos seus espaços...não falo em conspurcar e estragar, porque também existem cidadãos com c pequeno, o suporte de uma parte dos encargos com esses mesmos espaços deviam ser, em parte, e se possível suportados pelos visitantes forasteiros.
Anónimo disse…
Passo com um prazer imenso em visitar esta magnífica página, cheia de qualidade e bom-gosto, que tanto aprecio e estimo. E creio que a qualidade do blogue tem melhorado imenso, a par duma elevada estética, , tudo deveras agradável de se ver e apreciar. Boa semana.
pedro macieira disse…
É necessário que a gestão do rico Património natural e monumental de Sintra, não seja feita por um grupo de escolhidos,fechados nosos seus gabinetes. Essa atitude tem provocado um afastamento, e indiferença da população de Sintra,sobre o que se passa na sua região classificada Património da Humanidade,(e mesmo grandes criticas) e que o mesmo património não seja sómente visto como uma fonte de receitas, que permitem a gestão dos ditos gabinetes, mas que como diz também Cardim Ribeiro, é necessário que as populações sintam como seu esse património que foi de facto herdado pela região.
Anónimo disse…
O afastamento e indiferença da população de Sintra e do Concelho, que acabam por usufruir dos mesmos espaços classificados, nota-se até no pouco interesse que lhe merecem os assuntos respeitantes ao Património, quando tratados nos Blogues.
Era muito importante que todos participassemos comentando e discutindo os problemas que nos dizem respeito.Quantos mais formos mais força teremos.
emília reis
Sílvia D disse…
É com profunda tristeza que descubro mais um tesouro no meu país deixado ao abandono pelo nosso estado... Recentemente visitei o Palácio de Monserrate e apesar de satisfeita de estarem a decorrer trabalhos de restauro no mesmo, pergunto-me como é possível deixar uma obra de arte daquelas chegar ao estado lastimoso em que se encontra? Para ser sincera desconhecia totalmente a existência do Chalet até ter encontrado imagens de antigos postais de Sintra. Agora percebi porquê... Está em ruínas! E possivelmente acabará por ruir... Que pena... O estado português anda realmente a dormir...
Parabéns pelo seu blog.
pedro macieira disse…
(Texto sem acentos)
madbird,
Agradeco a visita e as palavras que deixou no comentario.Relativamente ao Chalet da Condessa, houve algum avanco desde 2oo7, e talvez por pressao de amigos de Sintra, neste momento o Chalet tem um plano de recuperacao, e parte das verbas disponibilizadas para a sua recuperacao.
Para mais informacoes ver este post,de 2008,

http://riodasmacas.blogspot.com/2008/03/visita-ao-chalet-da-condessa-dedla-iii.html
Um abraco

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