Um País fardado.


"A farda do rapaz da MP é uma profissão de fé" (Marcelo Caetano, Comissário da M.P: numa conferência sobre processos de formação nacionalista)


A 17 de Setembro de 1947, o Estatuto do Ensino liceal determina expressamente à MP a missão de cooperar com os liceus na função educativa com a fixação da obrigatoriedade para todos os alunos matriculados. A MP é assim equiparada ao serviço próprio da docência escolar.

A farda é uma instituição.Ela simbolizava o culto do dever militar, como referia o ministro Carneiro Pacheco, em 1937. Sem ela- diria o fundador da MP -, não poderia haver efectivo amor da Pátria, um instrumento de educação pré-militar, sem o qual o soldado não dará todo o seu possível rendimento .
O contacto com a simbologia e a farda começava logo na instrução primária

"A linda festa da Mocidade Portuguesa em Sintra"
Em dia de ano novo sempre se realizou, no quartel da Legião Portuguesa local, a anunciada festa da Mocidade Portuguesa, para comemorar a entrada em 1939 e para cinquenta filiados pobres, das escolas locais, estrearem fardamentos oferecidos pelo sr.capitão Américo dos Santos, digno administrador do concelho.(...)

Ao fundo, as bandeiras da Mocidade, da Legião , da União Nacional.Muitas flores e plantas ornamentais formavam um cenário alacre e bizarro.na sala mesas bem dispostas, com bolos sandwiches e vinhos da Adega Regional e Porto.Ladeavam-nas, de pé os novos «recrutas» da Mocidade alegres, risonhos, contentes.

A banda da União Sintrense toca uma marcha.E a Mocidade sai para a parada da Legião, onde banda toca o hino da mesma Mocidade, acompanhada em coro pelos 50 rapazes fardados.
Momento tocante, que chegou bem ao coração de todos aqueles que sentem o rejuvenescimento da Pátria e a amam e lhe querem como bons portugueses e como bons cidadãos. (...)"

Noticiava o "Jornal de Sintra" em 1939

Ordem, disciplina, culto do dever militar-princípios da formação dos filiados da MP

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Fontes consultadas:
Jornal de Sintra
"Mocidade Portuguesa"-breve história de uma organização Salazarista-aut.Lopes Arriaga

Comentários

Zé-Viajante disse…
Excelente.E apesar do tema de capa ( e seus " ensinamentos " )tenho guardado o livro da terceira classe, de edição recente.
E com ele as lembranças de uma excelente professora da Escola do Sintrense - a D. Ivone. (+- 1954)
pedro macieira disse…
Recentemente foram reeditados todos os livros da "velha" instrução primária,pela"Porto editora" a sua leitura provoca alguma nostalgia, que nos fazem regressar às antigas salas de aula.
E nesse tempo aos sábados lá iamos marchar, cantado e rindo....

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