O mistério do nome da estrada velha de Colares III

Em 2007 ao analisar o "mistério" das várias denominações toponímicas usadas para a "Nova estrada da Rainha", que liga a Vila Velha de Sintra a Colares - recordávamos um texto sobre o assunto de Edite Estrela, em “Nomes de Sintra...que valem mais que simples palavras”:

A designação de "Rua Barbosa du Bocage" que se inicia no Largo Dr.Carlos França na Vila de Sintra não será o poeta Setubalense, que aliás não tem nenhuma ligação a Sintra que se saiba, mas o curioso é que a designação é atribuída a um seu sobrinho José Vicente Barbosa du Bocage (1823-1907), politico influente, catedrático, foi Ministro da Marinha, do Ultramar e dos Negócios Estrangeiros, cargo que ocupava na data do ultimato Inglês de 1891”

(Clicar na imagem para ampliar)-Publicado na revista "Brasil-Portugal" de 1 de Julho de 1903

Hoje para melhor esclarecimento apresentamos o rosto do familiar do famoso poeta Setubalense. Também na altura referíamos que este José Vicente Barbosa du Bocage, que como o seu famoso familiar não terá nada a ver com Sintra, e como nas placas toponímicas a referência é simplesmente “Rua Barbosa du Bocage”, poderá considerar-se como uma homenagem sintrense extensível a toda a familia....

O marco toponímico da Estrada Nova da Rainha em Colares

Posts relacionados:
-Mistério do nome da velha estrada de Colares I
-Mistério do nome da velha estrada de Colares II

Comentários

Anónimo disse…
Por informação verbal do Eng. Fernando Louro Alves soube que o Dr.José Vicente Barbosa du Bocage, além de político, tinha sido também um eminente sábio naturalista, hoje injustamente esquecido, fundador do Museu de História Natural da Faculdade de Ciências de Lisboa que, em 1858 tomou o seu nome, e que, grande apaixonado por Sintra, tinha vindo residir para a Villa Roma (que se situa, como sabemos, em frente à Quinta da Regaleira, na dita Rua Barbosa du Bocage) nos últimos tempos da sua vida, já cego, porque ali queria morrer, o que veio a acontecer em 1907.

Isto faz sentido porque o Prof. Mário de Azevedo Gomes, na sua Monografia do Parque da Pena afirma que, a Tapada Roma que confina com a Tapada da Vinha Velha, propriedade comprada por D.Fernando, tinha pertencido a Barbosa du Bocage, acrescentando também que, o mesmo, fazia gala nas plantações que aí mandou fazer, na mesma altura em que estavam a ser efectuados os maiores trabalhos no Parque da Pena.

Talvez, por suposição minha, tenha casado com uma das quatro filhas do proprietário da Villa Roma, Carlos Morato Roma, que a mandou edificar em 1855.

Uma vez que, a Villa Roma, se encontra ainda na posse dos descendentes do seu construtor, seria fácil, e interessante, comprovar estes factos.
ereis
João A. disse…
Esta estrada pelo que vejo coincide com a antiga estrada nacional 375, e como tal não termina em Colares. O troço que segue na direcção da Praia das Maçãs também é muito interessante, especialmente pelas várias moradias e as suas típicas lanternas, em ambos os lados da estrada, além, claro, da linha do eléctrico da praia das Maçãs.

É pena que a EN 375 (designação conferida pelo Plano Rodoviário Nacional de 1944, impulsionado por Duarte Pacheco) tenha deixado de existir oficialmente no plano rodoviário actual (imagino que tenha sido "despromovida" a estrada municipal). De qualquer modo, os antigos marcos quilométricos lá permanecem, a lembrar esse passado não muito longínquo.

Mensagens populares deste blogue

Intervenção das Infraestruturas de Portugal no Parque Natural Sintra Cascais

Festas de S.Mamede de Janas 2023