MISSÃO:CHALET DA CONDESSA II
Reprodução de um postal antigo
Jornal de Sintra de 3 /11/2006
Transcrição de texto publicado no "Jornal de Sintra "da autoria de Fernando Morais Gomes
De entre o património ao abandono absoluto em Sintra,Património Mundial ,ressalta de forma chocante o chalet romântico de D.Fernando II e sua segunda esposa,Elise Hensler,condessa dEdla,escondido na mata da Pena,e nas circunstâncias de abandono que a foto documenta [foto na parte final deste post]desde que foi consumido por um fogo em 1999.
O local vale não só pelo interesse histórico e arquitectónico,mas também pela envolvente,pelos jardins plantados pessoalmente pelo rei e pela condessa,com o apoio do cunhado americano e silvicultor John Slade,destacando-se no jardim original as camélias,trazidas para Sintra pelo próprio D.Fernando.
O chalet da condessa,também conhecido como Casa do Regalo,foi construído entre 1869 e 1875,no talhão XII da parcela C do Parque,propriedade particular na sua totalidade de D.Fernando de Saxe Coburgo,rei víuvo de D.Maria II.Inspirado nos chalets suiços,ninho de amor e refúgio de pintura,concebido para maior privacidade do casal após o segundo casamento,era parcialmente forrado a cortiça,com fachadas de alvenaria a imitar as casas rústicas americanas e pinturas de heras cobrindo as paredes.Tendo em conta o pendor rosacruz de D.Fernando,houve quem prenunciasse o destino trágico do edifício,que acabou consumido pelo fogo,quiçá observado pelo fantasma angustiado da condessa entoando uma ária das que cantou no princípio da sua vida romanesca,até a trazer a Portugal como cantora lírica.
A 12 de Julho de 1890,e morto já D.Fernando, deixando toda a Pena e jardins em herança á condessa,o Estado Português comprou todo o património á mesma,por 410 contos em títulos da dívida pública,acossado por opiniões que entendiam ser um património demasiado importante para ficar nas mãos da estrangeira e segunda esposa do rei defunto.Estrangeira,que aliás,muito fez pela cultura portuguesa,ajudando com bolsas de estudo figuras como Viana da Mota e Columbano Bordalo Pinheiro.
A condessa morreu em 1929,em Lisboa,e o seu chalet,esse,foi morrendo entregue á incúria que parecia querer advinhar a fatalidade de 1999,ali quedando em ruínas e sem tecto. Cabe á sociedade civil sintrense defensora da Memória sair em defesa do rápido restauro deste edifício.Porque sabemos haverem projectos.E dinheiro.Falta pois a vontade determinante! Enquanto o Chalet não for recuperado,sangra Sintra e ensombrado fica o Património Mundial classificado pela UNESCO!
Entendendo um grupo de cidadãos que se torna necessário agir de forma construtiva e propulsora no sentido do restauro dum património que é de todos,vimos convocar os cidadãos cultores da Memória para uma reunião/debate sobre este tema nas Caves de S.Martinho,em Galamares,dia 17 de Novembro pelas 21h,aí se vindo a assentar sobre as formas de,enquanto sociedade civil desperta e preocupada,actuar na busca dum final feliz para o Chalet da Condessa de Edla.
Artigo publicado no suplemento do expresso "Actual" de 26/08/2006
Jornal de Sintra de 3 /11/2006
Transcrição de texto publicado no "Jornal de Sintra "da autoria de Fernando Morais Gomes
De entre o património ao abandono absoluto em Sintra,Património Mundial ,ressalta de forma chocante o chalet romântico de D.Fernando II e sua segunda esposa,Elise Hensler,condessa dEdla,escondido na mata da Pena,e nas circunstâncias de abandono que a foto documenta [foto na parte final deste post]desde que foi consumido por um fogo em 1999.
O local vale não só pelo interesse histórico e arquitectónico,mas também pela envolvente,pelos jardins plantados pessoalmente pelo rei e pela condessa,com o apoio do cunhado americano e silvicultor John Slade,destacando-se no jardim original as camélias,trazidas para Sintra pelo próprio D.Fernando.
O chalet da condessa,também conhecido como Casa do Regalo,foi construído entre 1869 e 1875,no talhão XII da parcela C do Parque,propriedade particular na sua totalidade de D.Fernando de Saxe Coburgo,rei víuvo de D.Maria II.Inspirado nos chalets suiços,ninho de amor e refúgio de pintura,concebido para maior privacidade do casal após o segundo casamento,era parcialmente forrado a cortiça,com fachadas de alvenaria a imitar as casas rústicas americanas e pinturas de heras cobrindo as paredes.Tendo em conta o pendor rosacruz de D.Fernando,houve quem prenunciasse o destino trágico do edifício,que acabou consumido pelo fogo,quiçá observado pelo fantasma angustiado da condessa entoando uma ária das que cantou no princípio da sua vida romanesca,até a trazer a Portugal como cantora lírica.
A 12 de Julho de 1890,e morto já D.Fernando, deixando toda a Pena e jardins em herança á condessa,o Estado Português comprou todo o património á mesma,por 410 contos em títulos da dívida pública,acossado por opiniões que entendiam ser um património demasiado importante para ficar nas mãos da estrangeira e segunda esposa do rei defunto.Estrangeira,que aliás,muito fez pela cultura portuguesa,ajudando com bolsas de estudo figuras como Viana da Mota e Columbano Bordalo Pinheiro.
A condessa morreu em 1929,em Lisboa,e o seu chalet,esse,foi morrendo entregue á incúria que parecia querer advinhar a fatalidade de 1999,ali quedando em ruínas e sem tecto. Cabe á sociedade civil sintrense defensora da Memória sair em defesa do rápido restauro deste edifício.Porque sabemos haverem projectos.E dinheiro.Falta pois a vontade determinante! Enquanto o Chalet não for recuperado,sangra Sintra e ensombrado fica o Património Mundial classificado pela UNESCO!
Entendendo um grupo de cidadãos que se torna necessário agir de forma construtiva e propulsora no sentido do restauro dum património que é de todos,vimos convocar os cidadãos cultores da Memória para uma reunião/debate sobre este tema nas Caves de S.Martinho,em Galamares,dia 17 de Novembro pelas 21h,aí se vindo a assentar sobre as formas de,enquanto sociedade civil desperta e preocupada,actuar na busca dum final feliz para o Chalet da Condessa de Edla.
Artigo publicado no suplemento do expresso "Actual" de 26/08/2006
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