O Baile das Camélias, na Sociedade União Sintrense

O Baile das Camélias, realiza-se este sábado na Sociedade União Sintrense, a partir das 21H30. Uma festa que se realiza há já 67 anos.

67 Anos de tradição

A tradição da noite das Camélias remonta a 19 de Março de 1941. Um grupo de sintrenses decidiu organizar esta festa. Na época havia grande rivalidade entre os jardineiros das quintas, e a noite das camélias era preparada pelos trabalhadores das quintas existentes em Sintra que queriam exibir as flores mais bonitas.Por isso e após a festa, decorria o baile dos jardineiros.

Naquela noite eram exibidas autênticas obras de arte fixas nas parede em redes sobre o palco e no meio do salão era criado um centro com mais de três metros de diâmetro com milhares de camélias.

A noite das camélias era considerada a festa rainha do Concelho e as pessoas vestiam-se de gala para para o evento.Mandavam fazer vestidos compravam sapatos e arrajavam o cabelo.Era o ponto mais alto do ano durante meses apenas se preparava a noite de 19 de Março.

Os Diamantes Negros no Baile das Camélias em 1966
"Queres ver que são estes ‘gajos’? The Beatles ! Só podem ser! “. À noite, no ensaio dos DN, comecei a minha campanha na divulgação daqueles ‘novos sons’! Não foi fácil. Ainda foi preciso passar quase um ano até tocarmos o ‘She Loves You’, no Baile das Camélias ! "
Carlos Henriques(Xixó)

Fontes:
-Texto retirado de um texto do “Jornal do Correio” de 15 a 31 Março de 2005
-Foto dos Diamantes Negros em 1966 encontrada –aqui
-Foto da camélia encontrada –aqui
-Foto do Baile das Camélias encontrada -aqui

Comentários

Caínhas disse…
Queria aqui deixar uma pequena correcção sobre uma das razões que levaram á realização do Baile das Camélias:
-Estava-se na plenitude do Estado Novo, a Igreja era quase tão fundamentalista como quase o são hoje os mais assanhados muçulmanos, e a quaresma era um espaço de abstinência total no que dizia respeito a diversão, como sabem o dia de São José Carpinteiro, (19 de Março) diz o provérbio que na Quaresma só no dia de São José, se pode bater o pé! e um grupo de jovens desse tempo dos quais fazia parte o meu primo Rodrigo Soares, filho de um dos grandes dirigentes se não o maior, que passou por aquela casa (António Caetano dos Santos) organizaram uma festa onde estava representada a elite desse tempo, e apoiaram-se na influência das pessoas que viviam em Sintra e eram nomes de peso no panorama nacional, tais como as famílias Mello, Schindller, D. Maria José Praia, Vale Flor, Quinta do Saldanha, e outras, que colocaram as suas flores e dispensavam o seu pessoal jardineiro para o embelezamento do salão, palco, hall, e tudo quanto era espaço social não ficava sem uma camélia.
Será da mais elementar justiça, e essa ainda está para ser feita pela SUS, dizer aqui que JOSÉ LIMA MAGALHÃES, nos anos 60 conseguiu com muitas lutas, alguns dissabores e dinheiro gasto do seu bolso, trazer à SOCIEDADE UNIÃO SINTRENSE, shows que naquele tempo não passavam por mais nenhuma colectividade, ou muitas casas de espectáculo do país. Chegou a fazer-se uma estreia na Europa de uma companhia brasileira (BRASILIANA) que vinha contratada pelo empresário Vasco Morgado para actuar no Teatro Monumental, (já extinto) mas devido às excelentes relações entre o Sr. Vasco Morgado e a Direcção da altura onde pontificavam o Dr. Carlos Beja, e o Sr. José Magalhães, a estreia foi em Sintra na SUS, com um deslumbrante espectáculo de dança e canções onde pontificava a voz potente de Francisco Egídio. Não houve nenhum grande nome do panorama artístico nacional (daqueles tempos)que não tivesse por ali passado. Os artistas tinham orgulho em vir ao Baile das Camélias, e os cartazes eram muitas vezes feito por artistas que vinham a titulo gracioso, pelo prazer de estarem presentes num baile tão famoso, onde a beleza da decoração do Salão estava em sintonia com os vestidos elegantes das senhoras, e dos melhores fatos apresentados pelos cavalheiros.
A afluência era enorme, para se chegar do salão ao bar, chegava a levar-se mais que uma hora. Hoje isso não seria possível por quebra visível das mais elementares normas de segurança, com excesso de pessoas dentro de um espaço fechado, felizmente nunca sucedeu nada nem mesmo num dia em que faltou a Luz mais de duas horas e ninguém arredou pé e à luz de coutos (velas) dentro do maior civismo tudo se resolveu.
Estaríamos aqui a recordar óptimos tempos eternamente, mas participar foi bom, fico grato por isso.
Carlos Santos

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