Nova estrada de 12 Km na Serra de Sintra
Fotos de 14-08-2010 - nos Capuchos
Notícia do Jornal I-online
Engenharia militar abre estradas na serra de Sintra para proteger parque natural
por Agência Lusa, Publicado em 13 de Agosto de 2010O objetivo não é destruir o parque natural, mas sim preservar a natureza. Apesar da maquinaria pesada que leva tudo à sua passagem, a engenharia militar está na Serra de Sintra com retro escavadoras, bulldozers e camiões para preparar a mata para os incêndios.
O Exército aceitou o desafio da Autoridade Florestal Nacional, que em colaboração com as autarquias, está a abrir uma estrada com 12 quilómetros para acesso a viaturas dos bombeiros de combate aos fogos, em caso de incêndio florestal nesta zona protegida.
Estes trabalhos na floresta de Sintra permitem à força militar nacional, que será destacada para o Líbano no final do ano, treinar o seu “nível operacional num ambiente real, com uma mais valia para o país e para a sociedade”, explicou o segundo comandante do regimento de Engenharia 1, tenente coronel Vale do Couto.
A obra já realizada, cerca de quatro quilómetros, já permite chegar a zonas “inacessíveis até há bem pouco tempo”, merecendo mesmo um louvor do Comandante Operacional Municipal da Protecção Civil de Sintra, Pedro Nunes, que classifica o trabalho do Exército como “espetacular”.
O novo acesso começa junto ao Convento dos Capuchos, numa subida íngreme e só acessível de viatura todo o terreno. O que estava fechado com matos, acácias e silvas ficou um ‘estradão’ muito liso em terra batida, com a função de corta fogo e acesso a viaturas de emergência.
Uma máquina potente de rastos, com uma lâmina de cerca de quatro metros, vai na frente a desbravar e a empurrar tudo para o lado, seguindo atrás uma niveladora, máquina de seis rodas com uma pá móvel, que deixa tudo liso à sua passagem, na nova “quase auto estrada” do Parque Natural, graceja o sargento engenheiro que partirá para o Líbano.
Os camiões transportam depois o saibro, retirado de uma zona erma próxima e despejam as pedras - que misturadas com terra ficam completamente lisas com a passagem do cilindro. No final fica-se com uma quase auto estrada preparada para as “viaturas circularem quase a fundo e sem perderem tempo”, explicou o tenente coronel.
Vale do Couto explicou, durante a visita da agência Lusa às obras na serra, que este tipo de trabalho é muito gratificante em termos pessoais, pois “além de servir de treino aos militares, deixa uma marca” pessoal para o bem da sociedade.
O Exército já executou “cerca de 36 por cento da obra” de engenharia, sem descurar valetas, descarregadores ou mesmo manilhas de passagem de água por baixo da estrada.
“Já que se está a fazer, faz-se bem”, concluiu.
Comentários
A notícia está incompleta, isso é óbvio, pois a estrada ainda não acabou. Mas enquanto destruírem acácias o mal não é assim tanto. Para proteger a serra será ainda melhor.
O estado em que se encontra a Tapada D.Fernando II nos Capuchos 3 anos depois dos abates às espécies invasoras é o melhor exemplo disso. A intervenção (desflorestação), não envolveu só acácias e pitósporos, mas também espécies não infestantes, o que destruiu uma densa mata florestal que ali existia.Nas tapadas do Mouco e D. Fernando II, e na envolvente do Convento dos Capuchos, ficaram de pé uns quantos pinheiros ou eucaliptos.
Espero reunir mais informação das entidades envolvidas e irei actualizando o post.
Abraços
Quanto às espécies invasoras, como as acácias... Nunca se conseguirão erradicar, isto na minha opinião. A rapidez do seu crescimento e a quantidade de sementes que produzem é estrondoso. Daí não me admirar que a "desflorestação" tenha sido visualmente desoladora.
Obviamente, tem que se encontrar um equilíbrio entre espécies. O problema na Tapada pode não ter sido o abate, mas sim a falta de um engenheiro especializado na reabilitação desse espaço de acordo com a serra original.
O anónimo fez uma piada ou deu uma ideia!?
É favor ver que espécies e em que quantidade estão plantadas nos locais de onde foram removidas as acácias. E, atenção, não foram removidas todas as acácias.
As acácias podem ser erradicadas desde que as sementes fiquem à sombra. Essa sombra tem que ser criada exactamente pelas espécies autóctones que lá estão a ser introduzidas. Até estas estarem adultas é preciso muita manutenção e paciência.
Falar pela raia não é sério.
Estão, sim, a reparar as que estão em pior estado.
Não compreendo, disse alguma coisa que o incomodou? Quase parece algo pessoal. Canalizar essa energia para as entidades responsáveis por certos "crimes" em Sintra poderá ser mais lucrativo - para si e para todos nós.
Algo mais a dizer-me favor de contactar via email, exposto no meu perfil.
Pedro, desculpe este inconveniente.
Acho que não passa pela cabeça de ninguém extinguir as espécies invasoras lenhosas, mas sim, controlar a sua disseminação! Não fazer nada, não é opção! Bem sabemos que Portugal está repleto dos apologistas do não fazer!!! e isso é premiado por muitos. Ainda bem que se faz! Só temos o nosso Património na Serra porque alguém o "fez" antes de nós...
Falam claramente sem conhecimento. Foram apenas cortadas espécies invasoras, e nada mais. Foram plantadas mais de 4000 plantas, muitas delas autóctones da Serra, e como dizem vocês "originais"... Quanto aos caminhos, não se estão abrir novos caminhos, apenas a recuperar os existentes, que estavam num estado lastimável.
Quanto ao engenheiro especializado que sugerem, ele existe, e sugeria que falassem com ele para vos esclarecer...
Roma e Pavia não se fizeram num dia
Penso que aprendi nestes últimos anos alguma coisa sobre as espécies invasoras na Serra de Sintra. E o que vejo hoje na que era a Tapada D.Fernando II, deixa tristes todos que se habituaram a encontrar ali uma uma zona densamente florestada. E na altura que se colocou a discussão dos métodos utilizados pela PSML, houve vários pareceres de técnicos da área (o que não sou,)que criticaram a intervenção e preveram as suas consequências.
Existiu um responsável pela intervenções, como já referi é o Engº Jaime Ferreira -Director Técnico da PSML.
Resposta em 2007, da PSML sobre a situação da Tapada D.Fernando II:
http://riodasmacas.blogspot.com/2007/08/tapada-dfernando-ii-resposta-do-psml.html
Abraços
Aqui há quatro cinco anos não se ouvia cantar uma ave na Pena, Mouco, Roças D.Fernando, Capuchos.
É sabido que a passarada não se desenvolve em matas densas. Por uma questão de falta de segurança.
Hoje em dia é uma alegria ouvir a passarada por essas matas fora.
Há quatro ou cinco anos apareceu uma águia fugida não sei bem de onde. Talvez de Mafra. Instalou.se no Mouco. Veio outra, ou outro..., e agora já são três que têm como área de influência o triângulo Mouco, Galamares, D. Fernando.
Outro par está instalado na Várzea de Colares.
Ginetes são às dúzias ( só se vêem à noite .
E por aí fora.
Espero que comecem a limpar o Saldanha de acácias rapidamente. A Penha Longa em conjunto com a Tapada do Saldanha era a casa de muitas raposas. Hoje deve haver umas quatro ou cinco completamente esqueléticas. Pássaros nem vê-los.
Enfim o equilíbrio.