Quinta Mazziotti - Colares
Quinta Mazziotti - Colares
Correspondência de William Beckford-1787
(...)
Jantámos numa asseada e excelente pousada, situada no centro da vila de Sintra. A rainha concedeu ultimamente ao marquês esta casa e um largo tracto de terreno contíguo, e das suas janelas e loggias vêem-se em baixo fundos barrancos e abruptas quebradas cobertas de bosques e matas, entremeadas de pedras musgosas e vetustos castanheiros.
Apenas baixou o sol fomos para Colares, onde passeámos num terraço pertencente ao senhor Laroche, negociante francês, que deu provas de bom gosto na disposição da sua casa.
Grupos de pinheiros e castanheiros, rompendo das fendas dos rochedos, e elevando-se uns acima dos outros a uma altura considerável, dão a Colares a aparência de uma aldeia dos Alpes; e ao longo do caminho inúmeras fontes à sombra de sobreiros e copados limoeiros, rebentam dos muros desmoronados e caem em tanques de pedra.
"Um favorito servidor do falecido rei, que tem nestes sítios uma grande propriedade, convidou-nos com toda a civilidade e delicadeza a visitá-la.
Julguei que entrava nos jardins de Alcínoo! Curvavam-se literalmente os ramos com os pesos dos frutos, e o mais leve abalo alastrava o chão de ameixas, laranjas e damascos.
Orgulha-se esta quinta de possuir uma grande cascata artificial, com tritões e golfinhos jorrando torrentes de água; mas eu não lhes prestei metade da atenção que o seu dono desejava, acolhendo-me à sombra das árvores do pomar, festejei as maçãs douradas e as purpúreas ameixas, que estavam caindo em abundância à roda de mim."
William Beckford em 1787 na visita que fez à Quinta Mazziotti
Eça de Queirós, na descrição da Quinta de João Brito (Quinta de José Dias)em o Primo Basílio:
«(...) sobre a estrada havia um mirante com um tecto chinês, ornado de bolas de vidro»
"Foi por esta época que a propriedade tomou a designação de Quinta de José Dias, mais tarde nos inícios de século XIX, esta familia uniu-se aos Mazziotti de origem napolitana , de onde deriva a actual designação. Ali viveu o Dr.Carlos França (1877-1926),médico e cientista de nomeada."
Maria Teresa Caetano em “Colares”
Correspondência de William Beckford-1787
(...)
Jantámos numa asseada e excelente pousada, situada no centro da vila de Sintra. A rainha concedeu ultimamente ao marquês esta casa e um largo tracto de terreno contíguo, e das suas janelas e loggias vêem-se em baixo fundos barrancos e abruptas quebradas cobertas de bosques e matas, entremeadas de pedras musgosas e vetustos castanheiros.
Apenas baixou o sol fomos para Colares, onde passeámos num terraço pertencente ao senhor Laroche, negociante francês, que deu provas de bom gosto na disposição da sua casa.
Grupos de pinheiros e castanheiros, rompendo das fendas dos rochedos, e elevando-se uns acima dos outros a uma altura considerável, dão a Colares a aparência de uma aldeia dos Alpes; e ao longo do caminho inúmeras fontes à sombra de sobreiros e copados limoeiros, rebentam dos muros desmoronados e caem em tanques de pedra.
"Um favorito servidor do falecido rei, que tem nestes sítios uma grande propriedade, convidou-nos com toda a civilidade e delicadeza a visitá-la.
Julguei que entrava nos jardins de Alcínoo! Curvavam-se literalmente os ramos com os pesos dos frutos, e o mais leve abalo alastrava o chão de ameixas, laranjas e damascos.
Orgulha-se esta quinta de possuir uma grande cascata artificial, com tritões e golfinhos jorrando torrentes de água; mas eu não lhes prestei metade da atenção que o seu dono desejava, acolhendo-me à sombra das árvores do pomar, festejei as maçãs douradas e as purpúreas ameixas, que estavam caindo em abundância à roda de mim."
William Beckford em 1787 na visita que fez à Quinta Mazziotti
Eça de Queirós, na descrição da Quinta de João Brito (Quinta de José Dias)em o Primo Basílio:
«(...) sobre a estrada havia um mirante com um tecto chinês, ornado de bolas de vidro»
“Notícia mais antiga a respeito desta propriedade remonta a 1588, quando foi autorgada ao fidalgo espanhol António Roiz de Arouche, tendo o seu neto vendido a quinta a Bento Dias Pereira Chaves, sargento-mor de Colares em 1757. Pereira Chaves construiu o actual palacete e, em 1778 instituiu o morgadio que englobava as seguintes quintas:Urca da Serra (Prazo da Rainha),Fonte Velha, Fieis de Deus ou da Porta(actual Quinta Mazziotti) ,Costa do Lago, Conde,espogeiro e Pombeiras.O morgadio foi herdado por seu filho, José Dias, que lhe introduziu alguns melhoramentos.”
"Foi por esta época que a propriedade tomou a designação de Quinta de José Dias, mais tarde nos inícios de século XIX, esta familia uniu-se aos Mazziotti de origem napolitana , de onde deriva a actual designação. Ali viveu o Dr.Carlos França (1877-1926),médico e cientista de nomeada."
Maria Teresa Caetano em “Colares”
*Fotos do blog do jardim da Quinta Mazziotti obtidas nos anos 70
A imagem da Quinta Mazziotti, também está presente na Banda Desenhada. Jean Graton, retratando fielmente os cenários portugueses, neste caso a passagem por Colares do Rally TAP, Tintin, nº16 de 13-09-69 em “Rally em Portugal"
Comentários
Obrigada por este seu blog, Pedro!