Quinta do Vinagre
Em meio do virgiliano vale de Colares existe esta quinta que conserva todo o perfume das nossas antigas casas fidalgas.
Deve grande parte do seu encanto à feliz e já rara circunstância de estar ainda na posse da nobre familia que em tempos idos a construiu e que é hoje representada pela sr.ª D. Maria José Dick Bandeira Nobre, actual proprietária da Quinta do Vinagre onde sempre residiu.
São de aspecto senhorial o portão de entrada e o grande pátio assombreado por seculares plátanos que todos os anos pelo Outono, enchem o chão e recobrem o tanque dos leões com a mancha doiradas das suas folhas perdidas. Algumas salas ainda agora iluminadas pela frágil graça de antigos lustres de Veneza que pendem de tectos lindamente desenhados no puro estilo rococó. Animada foi outrora esta quinta, principalmente no séc.XVIII, quando a sociedade galante da côrte - e não raro a própria Magestade - aqui vinham em alegre divertimento pelas tarde de estio para gozar a beleza bucólica destas paragens.
Revista "Ilustração" nº70 de 16 de Novembro de 1928
Dados históricos sobre a Quinta do Vinagre:
-O Palacete foi construído no Séc.XVI, por D.Fernando Coutinho Bispo de Silves.Veio a ser adquirido mais tarde pelo Conde de Mafra que o vendeu à familia Schumberger.
-Segundo descrição efectuada em 1907, pela Morgada do Vinagre, D.Maria José Dick Bandeira Nobre, aquele palacete albergou por várias vezes D. João V e a Rainha em 1708, D.Maria I em 1777, D.Maria II e D.Amélia de Bragança.
-No início do séc XIX,(1926) foi instalado na quinta o Preventório de Colares.Que tinha como finalidade o internamento das crianças de "primeira e segunda infância", filhos de pai ou mãe tuberculosos, ou em perigo de contágio pela tuberculose.
-Em 1968, a Quinta do Vinagre, foi primeiras páginas de toda a imprensa pela festa que reuniu o Jet-Set internacional.
-Em 15 de Outubro de 1975 deflagrou um grande incêndio, no palacete.
-Hoje a Quinta do Vinagre, é uma propriedade bem preservada e um dos locais mais interessantes de Colares, pela beleza do local (ladeado pelo rio das Maçãs, em que uma pequena represa cria um autêntico lago) e pela riqueza da sua história.
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