O abate do dia

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A empresa Rapamato, continuava hoje em Colares, na sua tarefa de eliminar plátanos - para estes não existiu qualquer estudo fito sanitário prévio, "basta olhar para eles" segundo me afirmaram.

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Voltamos a publicar um trabalho de Maria João, do Blogue PortoCroft, que publicámos em 29 de Junho de 2010, a propósito da ameaça que já nessa altura pairava sobre o Plátanos de Colares.

Postais do Tempo -Saúde
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Comentários

Pedro disse…
É a solução final como para os judeus na Alemanha ou os negros na África do Sul.
Aqui em Sintra, passados todos estes anos, viraram-se para as árvores... Não haverá aqui uma vontadinha de alargar as ruas ou refazer os alinhamentos urbanísticos?
Anónimo disse…
ou não terá a incomodar a vista, e a entrada de alguns???
André C. disse…
Boa tarde Pedro Macieira.

Sou leitor assiduo deste blog e desde que começaram os trabalhos de poda e abate de plátanos que acompanho o "relato" dos trabalhos. Concordo com muitas das coisas que aqui foram ditas, porém existem muitas outras com as quais não posso concordar. Vivo há quase trinta anos numa casa a cerca de 5 ou 6 metros de distância destes plátanos, e sei bem os estragos que eles ja fizeram, desdes ramos que caem em cima do telhado partindo telhas e causando infiltrações, folhas e ramos que entopem as caleiras de escoamento causando pequenas inundações, raizes que já levantaram por várias vezes o pavimento exterior e que chegam mesmo a atravessar a casa de um lado ao outro, causando estragos no piso terreo interior da casa, ramos que caem em cima dos carros estacionados dentro do pateo causando estragos, já para não falar nas folhas e lixo que agora no inicio do inverno ( e mesmo durante o verão), vão caindo e que demoram cerca de uma hora todos os dias a apanhar e levar para o lixo...( continua 1/4)
André C. disse…
(continuação)
A casa que habito tem cerca de 50 anos, e provávelmente os plátanos ja existiam nessa quando foi construida, mas nessa altura não tinham nem de perto nem de lonje a envergadura que têm hoje, e eram regularmente podados. Mas depois houve um grande periodo de várias décadas em que não houve qualquer tipo de manutenção, em que as árvores cresceram sem qualquer tipo de controlo e manutenção. Se não tivessem estado sem manutenção durante tanto tempo, provávelmente hoje não precisariam desta manutenção tão radical. Mas agora, e depois de tantas décadas de "abandono", considero que é preciso fazer esta manutenção que está a ser feita, apesar de lamentar o mais que provável errado abate, dos dois plátanos em frente á adega. Quanto á "poda radical e selvagem", como alguns classificam, a experiência que tenho, é que no Verão estas árvores vão estar novamente repletas de folhas e com novos ramos a rebentar, e provavelmente com mais força ainda.

Adoro Colares e sem dúvida que estes plátanos são uma imagem de marca e que devem ser preservados, mas desde que não coloquem em risco bens materiais, ou mais importante ainda, vidas humanas. Arrepio-me só de pensar o que aconteceria com a queda de um dos muitos ramos secos que estas árvores têm, mesmo que pequeno, sobre uma das crianças que andam regularmente aqui pelo pateo a brincar, ou mesmo sobre as pessoas que circulam nos passeios. (continua 2/4)
André C. disse…
(continuação)
Provávelmente a maioria das pessoas que aqui se insurgem contra estes trabalhos não vivem como eu e outras pessoas a escassos metros destas imponentes árvores, e nunca se debateram com os problemas do dia a dia que relatei mais acima, ou ouviram o arrepiante ranger que algumas destas árvores fazem em dias de vento, temendo que um dia destes aconteça uma tragédia. Para as pessoas que não vivem junto a estas árvores o risco é zero, e fazer alguns comentários acusando tudo e todos por esta "selvajaria" é muito fácil. Não me importo que tapem a vista como sujerido por alguns, pelo contrário, no Verão até fazem uma sombra agradável, mas não quero levar com um tronco seco em cima, que não me deixaria certamente com boa saúde. Estes trabalhos representam para mim, e para outras pessoas que como eu vivem junto delas, o evitar de uma possivél tragédia. (continua 3/4)
André C. disse…
(continuação 4/4)
Só ontem quando cheguei a casa á noite vi que tinham começado os trabalhos junto à minha casa, e quando fui ver o plátano que cortaram senti um enorme alivo. O plátano que cortaram estava completamente podre no seu interior. Pensei imediatamente no ranger que ouvia nos dias de vento, e na mais que provável eminente tragédia que se evitou. Não sei exactamente no que se basearam para o abate desta árvore, mas se foi como diz só de "olhar para eles", então pergunto-me quantas mais árvores estam neste estado? Quantas mais possiveis tragédias estarão eminentes? Sei que já foram cometidos erros com os dois plátanos abatidos em frente á adega, mas tentem ver também o ponto de vista de pessoas como eu, que estão aliviadas pela chegada destes trabalhos, após tantos anos de abandono.

Pedro, lanço o desafio de também agora publicar aqui fotos deste plátano, correctamente abatido, as quais posso lhe enviar se quiser.
Peço desculpa por este longo comentário, mas precisava de mostrar o meu ponto de vista, se calhar diferente da maioria, mas que espero que compreendam e tenham em conta em futuros comentários.

Abraço
André C.
pedro macieira disse…
Caro André,
Agradeço o seu comentário. relativamente à intervenção da EP, neste momento ainda em Colares, tenho como sabe acompanhado activamente, tenho uma opinião muito critica, e considero o que aconteceu aos dois plátanos abatidos em frente à Adega regional de Colares, prova de força da EP, para demonstrar, ali quem é que mandava de facto, não foi mais que um crime.Conforme também são as opiniões dos 4 pareceres que já publiquei.

O estudo do Engº Fabião do ISA, abrange cerca de 40 árvores da 300 que vão ser submetidas à intervenção da EP. Dessas vão ser abatidas 41! e substituídas apenas 22.

Do estudo do ISA, os plátanos em frente à Adega abatidos, eram apenas referenciados com a necessidade de monitorização e não o abate.
Sei também que a empresa Rapamato,contratado por ajuste directo, factura um valor por cada árvore abatida...

Relativamente ao que se passa com as outras árvores que não tem qualquer análise fito sanitária, prévia, foi-me respondido de facto por uma pessoa da EP, presente em Colares, que "bastava olhar para elas", para verificar o seu estado...

O que está acontecer é que a empresa Rapamato está em "roda Livre", já não falando nos "interesses" vários que EP, poderá ter neste processo.

Quanto ao plátano ontem abatido que fotografei - mesmo os troncos, poderia estar debilitado - não sei se uma intervençaõ de outro tipo e um tratamaneto não o poderia regenerar - mas a questão é que depois do que aconteceu aos dois plátanos de Colares, não reconheço qualquer competência à EP para abater árvores, observada a olho nu.
E por esse motivo foi aprovado em Assembleia Municipal uma moção que pretende a suspensão dos trabalhos, sem qualquer reacção ainda da CMS.
- A Quercus, LPN,Info Nature Portugal, Árvores de Portugal, Olho Vivo e eu próprio pretendemos entregar uma queixa ao Ministério Público.
Também A Associação de Defesa do Património de Sintra, irá apresentar uma queixa à Unesco.

Todo este movimento a favor do património arbóreo de Sintra, não está nem contra as pessoas, nem contra a que as árvores sejam tratadas e podadas, segundo as boas práticas - existem regras e métodos, que permitem que as árvores tão necessárias no nosso ambiente, sejam parte integrante na vivência das pessoas e autêntêntico monumentos da natureza, e que por isso tudo devem ser tratadas com respeito.
Um abraço
Zé-Viajante disse…
Ficou conhecida, por alguns, a minha luta terrivel contra UM plátano de Sintra.Puz lá um aviso a alertar as pessoas para o perigo. A ADPS (leia-se D. Adriana J.)caiu em cima de mim.E colocou avisos em Português e Inglês a defender a árvore. Que ainda hoje lá está a ameaçar quem lá passa. Pura e simplesmente obriga a quem anda no passeio a ir para a estrada correndo riscos de ser atropelado. A Rua é a descer, naquele local, e a velocidade dos carros é excessiva. Já vi mães irem para a estrada com carrinhos de bebé, sujeitas a levar com " um carro em cima ". Oxalá isto nunca venha a acontecer, mas AQUELA ÁRVORE deveria sair dali.
Quanto aos Plátanos de Colares, estou convosco a 100 %. Ainda não passei por lá mas pelo que sei e vejo nos jornais, é um CRIME que vai ficar impune.
Um abraço.
Zé-Viajante disse…
Ainda a propósito.
Propuz, em mail para o GAM, em alternativa, a modificação do estacionamento para o lado contrário. Junto à tal árvore, deixaria de haver um local de estacionamento, apenas um, e refaziam o passeio de modo a permitir a passagem à volta do plátano, de carros com crianças, idosos com canadianas, carros de compras, etc. Assim como está, é impossivel.
Resposta da CMS? Zero como já me habituei.
Fatyly disse…
Subscrevo o comentário de André C e a tua resposta, porque a questão não está no...mas na forma como o fazem.

Diz André C que elas irão "rebentar de novo", há 4/5 que conheço(quem vem da Várzea, chega à rotunda, vira à direita para Gouveia) que ficou apenas o tronco e agora tem uma pequenina folhagem que mais parece um careca com meia dúzia de pelos! Havia necessidade daquela poda selvagem????
Anónimo disse…
Pedro,
Reportando-me à fase de trabalhos em curso e aos comentários precedentes, sugiro que sejam publicadas fotos do plátano abatido na 3ª feira.
Ver-se-á o tronco (não os ramos!) com o interior podre.
Também aproveito para esclarecer que foi feita uma análise minuciosa aos plátanos existentes no local, logo a seguir à que foi feita nos plátanos da Várzea.
Quem fez? Não sei o seu nome, mas vi um técnico a "furar" os troncos e, se reparar bem, talvez ainda encontre uma referenciação alfanumérica em cada um dos troncos.

JAIME CORVO / Colares
pedro macieira disse…
Caro Jaime Corvo,
Ontem em resposta a um comentário de André, habitante no local onde se encontra o plátano que refere - respondi que:
"Quanto ao plátano ontem abatido que fotografei - mesmo os troncos, poderia estar debilitado - não sei se uma intervenção de outro tipo e um tratamento não o poderia regenerar - mas a questão é que depois do que aconteceu aos dois plátanos de Colares, não reconheço qualquer competência à EP para abater árvores, observada a olho nu."

Os dois plátanos abatidos em Colares também foram analisados pelo Engº Fabião do ISA, que concluiu que necessitavam de ser monitorizados, e a EP abateu-os!
e também publiquei as fotos dos troncos de um de outro - o resistograma de um deles e as fotos dos troncos do 2º a ser abatido (A8), já foram analisados
por 3 especialista ingleses, e pelo Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, e todos os 4 concluiram que não havia necessidade de abater o plátano.

Não estou contra às podas de manutenção dos plátanos, estou em completo desacordo aos seus abates desnecessários por razões que a razão desconhece.

E enquanto nos plátanos em frente à Adega Regional de Colares a intervenção da empresa Rapamato, Teria(?) supervisão, da EP e um parecer do ISA - que considerava não o abate mas a sua monitorização o resultado foi o que conhecemos, o que irá acontecer às cerca de 30 árvores que ainda irão ser abatidas sem qualquer estudo fito sanitário prévio?
Das 42 árvores que a EP,irá abater só irá replantar 22!

Por tudo isto é que continuarei a criticar esta intervenção da EP.

Também em Dezembro foi aprovada uma moção em Assembleia Municipal, aprovada por maioria, obviamente que pedia a suspensão destes trabalhos até haver um estudo que fundamentasse o abate e a intervenção no universo de 300 árvores que irão ser intervencionadas - e até agora a nossa autarquia manteve-se num silêncio total.

Um abraço

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