PLÁTANOS E PESSOAS

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Mosaico com fotos actuais de Colares de Maria João R.

Que hábil para a CMS e para a EP e eficaz para calar os críticos teria sido usar o argumento de que este abate de árvores pretende proteger pessoas e bens da queda de troncos.
Aceitarímos isto, embora fosse uma explicação suspeita, por demasiado tardia, dado esse perigo ter sido ignorado durante décadas.

Nessas condições de respeito pela população, teríamos recebido bem a missão de profissionais com conhecimentos no tratamento de árvores.
Na mesma ordem de ideias, que gentileza pelos munícipes manifestaria a edilidade ao acabar com o plátano podre que refere o comentador aliviado.
E com outros equivalentes que ameaçam pessoas e bens!
Mas nada disso aconteceu, o que é de lamentar.

Como tantas más práticas de abate confundem os munícipes, eles têm o direito de continuar a exigir explicações sobre este caso de uma rude ignorância.
Tem-se tratado, apenas, de vandalizar sem explicações razoáveis um bem patrimonial e de uma importância reconhecida nacional e internacionalmente na paisagem de Sintra.

Porque Colares, a Várzea e o Banzão merecem que se cuide bem destas árvores e sem elas ficam descaracterizados.
Tanto como quando desaparece um simples vendedor da feira de Almoçageme.
Pode ser substituído? Sim, tal como uma árvore, mas reconhecemos a sua ausência como uma perda.
Porque as árvores e as pessoas de Portugal podem e devem ser tratadas com sabedoria, para que não se continue a chamar aos portugueses um bando de ignorantes e bárbaros.

Ou estaremos ainda na época em que todos os erros eram escamoteados, numa cultura urbana de reverência pela falsa sabedoria e pelo poder soberano?

Como refere Pedro Macieira, a quem se deve agradecer este atento e aturado trabalho no blog Rio das Maçãs, seria bom que as podas camarárias (rolagens) que continuam a acontecer em Sintra terminassem e que as podas a efectuar tivessem em conta as boas práticas de arboricultura e maior respeito pelas árvores.

A isto apenas acrescentaria: um maior respeito pelas pessoas.

Maria João R.



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Hoje dia 18 de Janeiro às 13h30m -Directo de Colares com representantes da Quercus, da Estradas de Portugal e da autarquia (a confirmar).

Comentários

Fatyly disse…
Subscrevo inteiramente o texto de Maria João R.

Tens feito um trabalho magnífico o qual vou acompanhando e colaborando no que posso e até nos próprios locais.

O caricato de uma Câmara cujo património é mundial: aqui bem perto e no largo onde mora a minha mãe, há anos alguém plantou uma palmeira. Com uma altura incrível, cujo tronco é bastante mais fino que outras, com meia dúzia de palmas, ao sabor do vento rangia e dançava que mete medo ao susto, sobretudo por estar em terreno inclinado. Escrevi/escrevemos para a Câmara para a sua imediata intervenção porque se cair irá embater num dos prédios ou no largo onde estão os carros estacionados e muita criançada a brincar.
Meu amigo, vieram e pensei que a iriam cortar pelo meio ou mesmo removê-la. O trabalho que fizeram foi: tirar mais palmas e deixar na ponta apenas 3 e mais nada. Agora parece mesmo um piassaba e continua a ranger ao mais pequeno vento, ou seja removeram as palmas maiores e onde o tronco ainda é mais fino...
Não deixa de ser uma árvore, mas qualquer nabo sabe e percebe que aquilo um dia vem abaixo até porque as suas raízes são bem diferentes do que outras árvores de grande porte.
Todos os moradores estão indignados mas na altura da intervenção foi pena eu não estar lá que armava o circo com tenda e tudo, porque fazem o que fazem aos plátanos e outras, como tão bem tens relatado e ali é o "deixa ficar porque pode matar pessoas e será lucro para a Segurança Social"!

É o país que temos...
Anónimo disse…
Até a falta do pinheiro se nota mais.
Nem aí se consegue voltar a pôr um pinheiro (como prémio de consolação...) ?

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