A Vivenda Rafaela de Alberto Totta

Vivenda Rafaela em 1937 nas Azenhas do Mar
“Lá fomos no seu automóvel até às Azenhas do Mar, a linda e acolhedora «Vivenda Rafaela», lar santuário da familia Totta, em pleno convivio com o mar e o campo.
Á direita da porta principal relemos aqueles versos –sintese em que Silva Passos, em 1928 definiu:
«A casa de Alberto Totta: á entrada,Aljubarrota,
ao sair, Alcácer-Quibir...»
Dificilmente se diz mais em tão poucas palavras; dificilmente se exprime verdades tão grandes como ali naqueles versos: Pode-se entrar na «vivenda Rafaela», em ar de «vencedor », que a derrota não demora.(...)”
“(...)A amabilidade, inexcedivel, dos donos da casa, a sua maneira de receber e colocar as visitas à-vontade, fazem-nos render, por muito hostis ou bisonhos que sejamos.”
Jornal de Sintra de 4 de julho de 1937
A Vivenda Rafaela em 2009

A Vivenda Rafaela, localizada numa rua com o nome de Alberto Totta, mesmo em frente ao Oceano, estava revestida com vários painéis de azulejos com desenhos alusivos a Sintra. Actualmente encontra-se em ruínas e com uma grande parte dos azulejos retirados, é uma referência maltratada de uma época de Sintra e das Azenhas do Mar.

O eléctrico da Praia das Maçãs/Azenhas do Mar

Alberto Totta foi uma figura preponderante, pela sua participação politica e cívica na região sintrense nos meados do séc.XX.Em muitos melhoramentos que aconteceram nessa época na região a sua intervenção foi fundamental, desde a comissão de melhoramentos da Azenhas do Mar, na construção da escola Primária, na participação da Direcção da Adega Regional de Colares, no Rancho folclórico de Colares, na Associação dos Bombeiros Voluntários de Colares, na Banda dos Bombeiros Voluntários de Colares, a Capela do Mucifal, etc.

Comentários

Mariana disse…
Para nós, que morávamos a poucos metros, Casa do Barco, esta era a Casa do Totta. Explorámo-la bastante. Chegámos a encontrar restos de um piano e partitutras musicais, tipo a Valsa dos Patinadores. Um dia, em 1968, a GNR peretendeu acusar-nos de todos os vandalismos e roubos cometidos - fantástico, eu tinha 12 anos e o meu irmão mais novo 5. Mariana
Anónimo disse…
Lembro-me perfeitamente do dia em que a vivenda foi vandalizada e da primeira página do Diário Popular onde se lia "Vândalos na noite escura".Não me recordo do ano em que aquilo aconteceu, mas eu devia ter 10\11 anos, portanto terá sido em 70\71.Como muitos outros miúdos, por lá andei a ver a casa, mas não trouxe nada comigo...
pedro macieira disse…
Curiosas memórias de um local que se encontra hoje completamente ao abandono.Houve no passado algum interesse na reabilitação daquele imóvel, mas dificuldades várias originaram o abandono do projecto até hoje.
Existem na rua Alberto Totta, outros casos de imóveis em ruínas embora sem a importância histórica da Vivenda Rafaela, mas é preocupante a incapacidade da CMS em conseguir uma solução que passa por resolver os planos de pormenor desta zona de forma que esta estrada à beira mar não se torne uma zona fantasma.
Abraços
Mariana disse…
Sim, mas essa foi outra questão, posterior. Nessa altura, 1970, já não "explorávamos" a Casa do Totta. Nós íamos lá de dia, naquelas idades em que tudo é "aventura"... E o Pedro Macieira tem razão: ao longo dessa estrada muitas casa estão a degradar-se, completamente e muitas são exemplos de Casas de praia, dos primórdios do séc.XX.
pedro macieira disse…
mariana,
Em próximos posts pretendo publicar mais imagens das casas degradadas que existem naquela estrada, local de passagem para todos aqueles que se dirigem para a zona das Azenhas do Mar, local que também necessita de uma intervenção urgente do PNSC, nas falésias com perigo de derrocadas iminentes.
Um abraço

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