Diogo Gomes de Sintra

 

"Sabiam que quem deu nome às Ilhas Selvagens em 1438 foi Diogo Gomes de Sintra?
 Este exerceu o cargo de almoxarife de Sintra, de 28 de Outubro de 1459 até 1480, tendo exercido ainda as de juiz dos "Feitos das Coutadas, das Caças e Montarias" de Sintra (25 de Março de 1466) cargo que acumulou com o de juiz das Sisas da vila de Colares (confirmado em 5 de Março de 1482)."
Via  Fernando Morais Gomes no Facebook



Estátua de Diogo Gomes de Sintra em Cabo Verde


Diogo Gomes
Diogo Gomes de Sintra, almoxarife da Vila de Sintra, foi um dos navegadores da Casa do Infante D.Henrique. O seu nome está indissociávelmente associado a um texto escrito em latim, com o título de De prima inuetione Guinee, inserto no "Manuscrito Valentim Fernandes", nome do códice encontrado por J.A. Schemeller e m 1847, na biblioteca Nacional de Munique. O texto passou a ser conhecido por Relação de Diogo Gomes, sendo um dos primeiros testemunhos sobre navegações henriquinas. Foi objecto de atenção de humanistas como o alemão Korand Peutinger ou o português Damião de Góis durante o século XVI e constitui uma fonte inultrapassável no que diz respeito à história das primeiras explorações do litoral africano, quando se iniciam as navegações portuguesas no século XV.
Começando o Relato na primeira pessoa, Diogo Gomes assume-se como um, homem do Infante, contactando povos desconhecidos, encetando com eles relações diplomáticas e de comércio ao mesmo tempo que difunde a fé cristã. Outras informações interessantes são transmitidas: por exemplo surge-nos a primeira menção directa ao uso do quadrante,
(...)
Como demonstrou Teixeira da Mota, Diogo Gomes navegou em 1456 até a embocadura do rio Grande, canal de Geba. No regresso subiu ao rio Gâmbia até Cantor, em busca de informações  sobre o comércio do ouro e das vias que ligavam as regiões auríferas do Senegal, do Alto Níger e do entreposto comercial de Tombuctu às rotas saarianas que desembocavam no litoral marroquino. Durante esta expedição, Diogo Gomes capitaneava uma esquadra de três navios.

Possivelmente no regresso desta exploração tocou o arquipélago de Cabo Verde, cujo descobrimento reclama para si, na companhia  do italiano António de Noli. Ainda antes da morte do Infante D.Henrique (1460), regressa à costa africana explorando agora o rio de Barbacins (Salum).

 Depois do falecimento do Infante reforça-se a sua ligação à Corte, adquirindo o já citado título de cavaleiro. O cargo de almoxarife de Sintra está documentado desde 28 de Outubro de 1459 até 1480.
Desempenhou outras actividades, tais como a de juíz dos Feitos das Coutadas, das Caças e Montarias, também da Vila de Sintra e seu termo, por carta de 25 de Março de 1466 - ocupando em acumulação com o ofício de juís das Sisas da vila de Colares, por carta régia confirmada em 1482. Não se sabe ao certo em que ano terá falecido, ficou registado porém um pagamento que sua mulher fez em 1502 por sua alma, ficando assim provado o seu desaparecimento antes desta data.

Carlos Manuel Valentim
Texto do Instituto de Camões
http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/d24.HTML



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