Um novo vinho de Colares?

O vinho de Colares, teve com intervalo de poucos dias dois textos publicados um no "OJE", de 20/07/2007 da autoria de Rui Falcão e que o Blogue "Colares entre o Mar e a Serra "transcreve, e outro publicado no Jornal "Público" da autoria de João Paulo Martins a que nos referimos neste post. Eles dão duas perspectivas existentes hoje na 2ª mais antiga Região Demarcada do País. O primeiro analisando os dificeis métodos tradicionais do cultivo da vinha desta região, o outro apontando para mais modernas técnicas no cultivo da vinha, quebrando a tradição de longos anos, produzindo novos vinhos.
O consenso não parece ser fácil, a existência dos dois processos de cultivo com técnicas diferentes, produzindo vinhos também com características diferentes poderá ser o caminho a seguir. É talvez o momento de se iniciar uma discussão por todos os interessados, sobre o futuro desta região como produtora de vinhos ,seja através da Adega Regional de Colares, seja aproveitando os encontros que no âmbito dos espaços que o grupo que pretende instalar o "Museu do Vinho e da Vinha" possa possibilitar .
Texto transcrito parcialmente do Jornal Público de 30 de Junho 2007
Colares
O branco renascido

Os vinhos da beira-mar já foram dos mais famosos do país vinhateiro e fizeram as delícia de Eça de Queiroz.Mas a região hoje quase não existe.Por tudo isso, os novos vinhos da Fundação Oriente ganham um peso inusitado.

(...)Acontece que os Colares tintos, feitos da casta ramisco plantada nos terrenos de areia das terras da beira-mar perto de Sintra, eram vinhos muito difíceis de beber em novos, agrestes, ácidos e de pouco corpo e que necessitavam de muitos anos- às vezes vinte- para ficarem macios e capazes de dar prazer aos apreciadores.

(...)a Fundação Oriente resolveu adquirir a única vinha contínua de alguma dimensão que tinha sido plantada, nos anos 80 do século passado, pela antiga firma Carvalho, Ribeiro & Ferreira, nas Azenhas do Mar.a vinha que lá existia ainda se fez um tinto, o agora lançado da colheita de 2004, mas optou-se por arrancar a velha vinha e plantar outra, dando também lugar aos brancos, que são feitos a partir da variedade Malvasia de Colares, uma casta original que só ali existe, apesar de pertencer à grande familia das malvasias...

(...) A nova vinha abandonou as formas antigas de plantio e conseguiu excelentes resultados, já visiveis no Colares Branco 2006 e no tinto de 2005.(...)


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Comentários

Zé-Viajante disse…
Boas notícias para os apreciadores de vinhos.Infelizmente, por motivos de saúde, não lhes posso " tocar ".
pedro macieira disse…
As noticias são uma indicação que esta região, continua ter alguma importância na produção de vinho.Mas as modernas soluções de cultivo da vinha, poderão alterar os padrões do vinho de Colares tradicional, e aquele que desde o inicio do século XX, tornou esta região conhecida mundialmente.É evidente que os tempos mudaram, mas é necessário que paralelamente com as novas técnicas, continue a existir a tradicional produção do vinho de Colares, com o seu plantio enterrado nas areias da beira mar (5 a 7metros), preservando a casta Ramisco, e continuando a ter no mercado o tradicional tipo de vinho, que hoje sofre as consequência do facto de ser impossivel competir,no mercado com vinhos produzidos com técnicas mais modernas e de custo final mais baixo.
Um abraço
Anónimo disse…
Já por aqui não passava há uns tempos mas a qualidade e o interesse dos artigos continuam os mesmos, sempre apreciável, um dos mais ricos em conteúdo e carinho! O meu apreço.
greentea disse…
gosto de bons vinhos , não de zurrapas!!!
e quanto a cetas pessoas não lhe poderem tocar , lembro uma Senhora com quem estive há tempos que tem uns belos 90 anos e quinze filhos, é laureada da Academia Francesa e ainda traduz, e bebe sempre um copinho de vinho tinto (de preferencia alentejano) , no final de cada refeição....
pedro macieira disse…
Eça de Queirós tinha um gosto enorme pelos vinhos de Colares, e desde dessa altura, até aos dias de hoje,houve uma quebra na sua produção, também derivado ao aumento dos custos de produção, mas continua a ser um vinho muito conhecido pelos apreciadores que o comparam ao Bordéus...
E esperemos que haja uma recuperação através de novos investimentos,mas mantendo a tradição do cultivo em campos arenosos e segundo os processos tradicionais, pois a cultura desta região está muito ligada ao vinho de Colares.
pedro macieira disse…
Jofre Alves,
Agradeço mais uma vez as suas palavras amigas, e a sua visita.
Um abraço
Anónimo disse…
Eu também bebo e até gosto, bom, de preferência, claro.
Tinha já dado por falta de Jofre Alves.
e.r.

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