A (des)TAPADA D.FERNANDO II NOS CAPUCHOS
" No tempo do antigo regente Carlos de Oliveira Carvalho não se cortava uma árvore sem a sua autorização -Que saudades do velho “Carvalho da Pena!”.
José Alfredo da Costa Azevedo no Jornal de Sintra 4 de Novembro de 1972
“A Tapada D.Fernando II é um espaço florestal situado junto ao Convento dos Capuchos, estando sob a tutela da empresa Parques de Sintra Monte da Lua. Trata-se de uma área de 31 hectares onde existiam exemplares notáveis de árvores centenárias, algumas das quais pertencentes às espécies infestantes (como Acácias e Pitosporos), e que se constituia como um foco de floresta verdadeiramente ímpar.”
Blogue Serra de Sintra
José Alfredo da Costa Azevedo no Jornal de Sintra 4 de Novembro de 1972
“A Tapada D.Fernando II é um espaço florestal situado junto ao Convento dos Capuchos, estando sob a tutela da empresa Parques de Sintra Monte da Lua. Trata-se de uma área de 31 hectares onde existiam exemplares notáveis de árvores centenárias, algumas das quais pertencentes às espécies infestantes (como Acácias e Pitosporos), e que se constituia como um foco de floresta verdadeiramente ímpar.”
Blogue Serra de Sintra
Nos Capuchos hoje de manhã o intenso ruído de motoserras, substituía o chilrear das aves e dos sons das brisas matinais a agitar o topo do frondoso arvoredo que havia naquele local. Para justificação deste intenso ruído mecânico, em entrevista ao jornal digital Alvor de Sintra, Jaime Ferreira director técnico para a área de floresta jardins e obras do PSML, explica : «tratar-se de um conjunto de “trabalhos de beneficiação da zona”, destinados a aliar ”o controlo de espécies invasoras” como as árvores em abate, à “prevenção de incêndios no centro da Serra de Sintra».
Durante a manhã, estivemos na Tapada D.Fernando II junto ao Convento dos Capuchos e o espectáculo é pior do que se poderia imaginar,as fotos darão um pequeno exemplo dos “trabalhos de beneficiação”, que se estão a proceder naquele zona protegida do Parques Sintra Monte da Lua.
Também sobre o destino da madeira que era retirada daquele local, Jaime Ferreira afirmou ao “Alvor de Sintra” que a « a madeira abatida nas várias zonas tem como destino a produção de energia através de biomassa. Na tapada e na zona envolvente do convento é a “Sequóia Verde” - empresa responsável pelo projecto - que transporta toda a matéria morta para a central. Em Monserrate são os serviços do parque que tratam da tarefa de remoção».
E faço minha, a pergunta que o blogue Serra de Sintra fez ao PSML :
- Com que direcção científica está a PSML a conduzir o processo de abate de árvores na Tapada D.Fernando II, adjacente ao Convento dos Capuchos?
-
- E acrescento mais esta pergunta que tem a ver com o protocolo assinado entre a autarquia e a Agência Municipal de Energia de Sintra (AMES), a Higiene Pública Empresa Municipal (HPEM) e os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS)*
- Quem fiscaliza a empresa “Sequoia verde”-No terreno durante a “limpeza” -e na unidade de produção de biomassa?
Não sei se alguém se incomodará a dar as respostas, mas irei através deste blogue e na sequência do alerta lançado pelo “Serra de Sintra" continuar a exigir do PSML ,mais informação sobre a desflorestação que está a ser praticada actualmente no coração da serra de Sintra.
Não sendo especialista na matéria, mas olhando aquele local hoje, e lembrando-me da florestação que ali existia , a situação que me foi dado ver é muito perturbadora.
E faço minha, a pergunta que o blogue Serra de Sintra fez ao PSML :
- Com que direcção científica está a PSML a conduzir o processo de abate de árvores na Tapada D.Fernando II, adjacente ao Convento dos Capuchos?
-
- E acrescento mais esta pergunta que tem a ver com o protocolo assinado entre a autarquia e a Agência Municipal de Energia de Sintra (AMES), a Higiene Pública Empresa Municipal (HPEM) e os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS)*
- Quem fiscaliza a empresa “Sequoia verde”-No terreno durante a “limpeza” -e na unidade de produção de biomassa?
Não sei se alguém se incomodará a dar as respostas, mas irei através deste blogue e na sequência do alerta lançado pelo “Serra de Sintra" continuar a exigir do PSML ,mais informação sobre a desflorestação que está a ser praticada actualmente no coração da serra de Sintra.
*Carlos Eugénio de Oliveira Ferreira de Carvalho “Carvalho da Pena”, Administrador Florestal do Parque da Pena nos anos 40.
**O protocolo assinado, em 27 de Março de 2007 - entre a autarquia e a Agência Municipal de Energia de Sintra (AMES), a Higiene Pública Empresa Municipal (HPEM) e os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS) –aponta para a criação de uma Base de Dados actualizada de toda a Serra, bem como a análise da produção dos resíduos provenientes da limpeza florestal. O estudo inclui ainda a análise das linhas de águas existentes e a definição de uma metodologia de trabalho da limpeza da floresta.
-Post do blogue Serra de Sintra -aqui
**O protocolo assinado, em 27 de Março de 2007 - entre a autarquia e a Agência Municipal de Energia de Sintra (AMES), a Higiene Pública Empresa Municipal (HPEM) e os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS) –aponta para a criação de uma Base de Dados actualizada de toda a Serra, bem como a análise da produção dos resíduos provenientes da limpeza florestal. O estudo inclui ainda a análise das linhas de águas existentes e a definição de uma metodologia de trabalho da limpeza da floresta.
-Post do blogue Serra de Sintra -aqui
Comentários
Má gestão do seu nome continua a fazer a P.S.M.L..
A SERRA DE SINTRA É DE TODOS NÓS.
emília reis
Sabendo quanto é sensível o assunto do corte de árvores na Serra não teria ficado mal à P.S.M.L. ter usado a imprensa, pelo menos a regional, para prestar aqueles esclarecimentos.
e.r.
A enorme clareira que ja´existe, impressionou-me bastante, também onde foi instalado o parque de estacionamento, penso que antes era um parque de campismo, já sofreu um desbaste enorme de árvores (acácias?)
E o que será que está pensado para aquele que era um frondoso local?
Pessoalmente não gostei do que vi , e não tenho nenhuma confiança no resultado daquela intervenção.
Pedi ao PSML, algumas informações sobre a intervenção, não sei se terei alguma resposta.
Um abraço
de haver exageros, e isso não pode acontecer à serra de Sintra.
Se assim é sugiro à A.D.P.S. que, a bem de Sintra, a disponibilize publicamente para que todos possamos ajuizar com mais serenidade e lucidez sobre este assunto.
E a ADPS é a primeira a impedir o abate dessa árvore.
Critério "saloio" com todo o respeito pelos valorosos saloios
Infelizmente, o corte de boas árvores em Sintra e noutros Parques Naturais - a coberto de «desbaste de espécies invasoras» - não é de agora. O número de cedros abatidos em Sintra, especialmente na estrada da Serra que vai desde o cruzamento para o Cabo da Roca até à Peninha, e que daí serpenteia até uma bifurcação, seguindo pela direita até à Malveira da Serra, é estarrecedor. São clareiras e clareiras, cheias de cepos dos grandes cedros. Desde há cerca de cinco anos que andam a fazer este crime. As árvores abatidas são quase sempre as de maior porte - e de melhor madeira.
Tenho imensas fotografias disto; tanto de Sintra como do Parque Natural da Serra da Estrela, onde, a coberto da «limpeza das matas», os mesmos «ladrões de árvores» (ao que sei, empresas contratadas pelos serviços florestais) abateram este verão centenas de pinheiros e de outras árvores de grande porte.
Se quiser, enviar-lhas-ei. Já o fiz para a Quercus, que me comunicou na altura já terem recebido muitas queixas do mesmo teor, mas que «não podiam fazer nada» (sic). Se não podem fazer nada, quem poderá?
Um abraço de outro grande apreciador da Serra de Sintra.
Não sei qual é a posição da ADPS, sobre estas "limpezas" na Serra de Sintra, mas gostava de saber. Como também gostava que os sectores ecologistas dessem a sua opinião, de forma a concluir se há excessos, nestas intervenções de abate de árvores centenárias no coração da serra de Sintra.
Um abraço
Agradeço muito o seu comentário, e a sua disponibilidade para me enviar fotos de outros excessos nas "limpezas" na Serra de Sintra.
O espectáculo que assisti na Tapada D.Fernando ontem deixou-me muito preocupado com a clareira que foi criada pelo abate feito pela "Sequoia Verde". Não sendo especialista no assunto , a visão que tenho do assunto, neste caso é conhecer o local (Capuchos) desde sempre, e encontrar ontem aquele local arrasado, em nome de uma "limpeza" de espécies invasoras, espécies que viviam naquele local nalguns casos hà centenas de anos, fazendo parte daquele ecosistema que para mim era equilibrado , e agora não é, nem vai ser nos próximos anos.
Se pretender enviar as fotos que mencionou de outras intervenções na Serra de Sintra o e-mail é:
pedromacieira@hotmail.com
Espero que de alguma forma a minha intervenção, tenha servido para colocar alguma discussão um assunto que diz respeito a todos que querem preservar a Serra de Sintra.
Um abraço
Eu provável sou suspeito ao fazer este comentário, por trabalhar com madeira na Serra de Sintra.
Mas o que posso dizer ou mesmo afirmar é que existe uma tendência de atribuir culpas à empresa SEQUOIA VERDE, mas muitos de vós não vêem com os olhos mais justos.
Assim sendo, posso dizer que SIM a Acácia que é cortada (corte raso) é acácia vulgar ficando a AUSTRALIS (acácia vermelha), os cedros são em alguns casos, e só com o devido equipamento se pode analisar, um risco para todos visto aparentemente estarem de prefeita saúde mas por dentro estão podres. Também é de estranhar que muitos daqueles que se dizem amantes da natureza fazerem passeios de bicicleta fora dos estradões ou caminhos existentes, por exemplo DOWN-WILL (visto que também destroem algumas espécies em crescimento).
Acreditem que provavelmente nenhum de nós ama mais o MONTE DA LUA que os responsáveis pela Sequoia Verde. Antes de criticar procurem ser justos
Eu posso afirmar que tanto a Acácia, o Pitosporo e o Pinho retirados das limpezas florestais na Serra de Sintra são transportados para empresas de transformação de biomassa (Portucel e Enermontijo).
Procurem a verdade não as "bruxas", por falar em bruxas atenção ás velas a arder de noite na serra