Igreja da Misericórdia de Colares II

No seguimento do post publicado em 12 de Maio, concluímos hoje a visita que fizemos à Igreja da Misericórdia de Colares. Socorremo-nos de um texto de Maria Teresa Caetano em "Colares" sobre este templo construído no ano de 1623.

"A carência de recursos da Misericórdia colareja deverá ter imposto um simples mestre-pedreiro na condução da obra. Fabricou-se, então, modesto templo de prospecto simples e desprovido de ornamentação, revelando um certo “espírito chão” de cariz vernacular, cujo maior aleijão se encontra no ulterior aproveitamento de uma empena única da frontaria da igreja e da Santa Casa."


A Misericórdia de Colares foi instituida em 1623 por iniciativa de alguns colarenses. No entanto e ao contrário de vários autores, D.Dinis de Melo e Castro não terá tido um papel fundamental na sua organização, mas actuou decisivamente na resolução da contenda que opunha a igreja de S.Martinho de Sintra e a Santa Casa” (...) “refira-se, por outro lado que o irmão do bispo, D.Francisco, teve, de facto, uma actividade relevante em todo o processo, quer como mecenas, quer como dinamizador e, inclusive, desempenhou funções de provedor.”
Segundo a autora, esta contenda, é a razão do memorial inscrito numa placa em mármore escuro emoldurado por placas rosadas, dedicado a D.Francisco de Melo e Castro e a outros familiares, não se mencionar sequer o nome do bispo.

(clicar na foto para ampliar)

A construção do templo iniciou-se em 1623, recorrendo de novo a Maria Teresa Caetano “Os trabalhos de construção foram morosos devido às dificuldades económicas da irmandade. Neste mesmo ano solicitou-se ao rei espanhol licença para pedir esmolas(...)”
“A igreja foi visitada pelo vigário de São Pedro, em 9 de Junho de 1631, que a achou decente para nela se celebrar missa e demais ofícios divinos. E, a 11 de Outubro , o pároco de Colares obteve licença para benzer a igreja e respectivo adro.”
"No pequeno adro fronteiro, limitado por um murete de sustentação de terras, destaca-se o cruzeiro cujo fuste circular sustém um crucifixo rudimentar."

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Igreja da Misericórdia de Colares I-aqui

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