Regresso à Tapada D.Fernando II
Fotos tiradas na Tapada D.Fernando II, em 18 de Agosto de 2007
-No regresso à Tapada D.Fernando II, ontem (sábado)verificámos que o ruído das motoserras continua, que não existem (ainda) os tais painéis explicativos das intervenções que estão decorrer,e qual a solução prevista para aquele local.
Todas as participações, que este assunto gerou,(mesmo numa altura de férias) estão a ser sem dúvida muito úteis para o acompanhamento da intervenção da PSML no património natural da serra de Sintra, sublinhando o aspecto positivo da resposta da PSML, através do Engº Jaime Ferreira,e o aspecto menos positivo a posição da Quercus, que parece distante do problema, e do silêncio total da Associação Olho Vivo, e da Associação de Protecção do Património de Sintra.
-Em entrevista ao Alvor de Sintra em 7/8/2007 o engº Jaime Ferreira director técnico para a área de floresta jardins e obras do PSML, era explicado que“a madeira abatida nas várias zonas tem como destino a produção de energia através de biomassa. Na tapada e na zona envolvente do convento é a “Sequóia Verde” - empresa responsável pelo projecto - que transporta toda a matéria morta para a central".
Em resposta ao “Rio das Maçãs”, indica que “Não há ainda implantado na zona nenhum esquema de aproveitamento da biomassa resultante dos cortes, pelo que os ramos e folhas são estilhaçados e ficam no local, para reposição de nutrientes e cobertura do solo, e os troncos saem, para queima, de acordo com o contrato estabelecido com o adjudicatário de alguns dos trabalhos.”
Em resposta ao “Rio das Maçãs”, indica que “Não há ainda implantado na zona nenhum esquema de aproveitamento da biomassa resultante dos cortes, pelo que os ramos e folhas são estilhaçados e ficam no local, para reposição de nutrientes e cobertura do solo, e os troncos saem, para queima, de acordo com o contrato estabelecido com o adjudicatário de alguns dos trabalhos.”
Ora aqui parece que há uma contradição clara entre o que foi dito ao Alvor de Sintra e aquilo que acontece no terreno.
-No regresso à Tapada D.Fernando II, ontem (sábado)verificámos que o ruído das motoserras continua, que não existem (ainda) os tais painéis explicativos das intervenções que estão decorrer,e qual a solução prevista para aquele local.
-Também o ICN, vem agora afirmar que “ reconhece impacto visual do corte de árvores na Tapada D. Fernando II “ e que “o acompanhamento vai ser feito semanalmente”
O que dá a entender que no terreno além da “Sequóia Verde”,empresa que estará a fazer os abates mais ninguém estaria a fiscalizar a intervenção.
Constatámos que aquele local, continua protegido por vários carros de bombeiros, o que acontece talvez, desde os anos 70.É naquele local onde de Verão permanentemente se encontram de prevenção unidades de bombeiros, e portanto um dos locais mais protegidos de toda a serra contra o perigo de incêndios.Havendo outros locais na serra (na minha opinião), com mais necessidade de intervenção da PSML, face ao risco de incêndio, pelo número de árvores caídas e apodrecidas ,como no Parque da Pena, e no Castelo dos Mouros.
As obras de beneficiação nos Capuchos, assustam. As cercas de arame à volta do Convento e as clareiras derivado do derrube das centenas de árvores que ali existiam, afastam qualquer visitante daquele local , onde anteriormente era agradável chegar e fazer uma visita ao Convento - que actualmente fica fora da visão de quem chega.(É necessário não esquecer que em Agosto, é a altura de mais visitantes a este local).
Em 27 de Março e 2007, foi assinado um protocolo“ entre a autarquia e a Agência Municipal de Energia de Sintra (AMES), a Higiene Pública Empresa Municipal (HPEM) e os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS) –aponta para a criação de uma Base de Dados actualizada de toda a Serra, bem como a análise da produção dos resíduos provenientes da limpeza florestal. O estudo inclui ainda a análise das linhas de águas existentes e a definição de uma metodologia de trabalho da limpeza da floresta."-Será que já está implementado ?
Comentários
Um Bem-Haja pelos alertas que tem vindo a divulgar, em defesa da Serra de Sintra.
Infelizmente, como lhe disse, o caso não se limita à Serra de Sintra, nem, como hoje vim a saber in loco, aos Parques Naturais.
Desloquei-me hoje à região de Rio Maior, e falei com vários agricultores e engenheiros agrónomos. O que apurei, despertou em mim tanta apreensão quanto revolta.
Ao que parece, os diversos serviços florestais, andam a fazer uma desflorestação intensiva na zona, em pinhais e montados de sobro, mesmo em terrenos particulares. Aparecem lá com as motoserras, um engenheirozeco dos ditos SF de palmtop na mão, e começam a abater árvores. Se o proprietário protesta, largam tudo e chamam a GNR. E parece que pouca gente sabe que só se podem fazer estas intervenções com mandato judicial - que nos casos citados nunca existiu.
A desculpa é a processionária, ou lagarta do pinheiro, que pode ser combatida facilmente com cal ou insecticidas. Mas estes energúmenos começam a abater pinhais inteiros, mesmo quando não há qualquer árvore afectada. Depois, a madeira roubada é levada para Sines (porquê não faço ideia).
Alguns donos de montados e pinhais, quando sabem que lá vão fazer o desmando, abatem eles próprios as árvores e queimam a madeira para que o estado não a roube (vi isto com os meus próprios olhos).
Um engenheiro agrónomo disse-me que havia uma directiva para abrir um largo «corredor» sem floresta desde a costa até à fronteira espanhola. Eu disse-lhe que aquilo era absurdo, um acto de barbárie puro e simples, e que as pessoas podiam processar criminalmente as entidades que lhes destroem os pinhais e montados. A resposta dele foi elucidativa do estado de coisas:
«Sabe, a maior parte desta gente não conhece a lei nem os seus direitos...»
E isto passa-se com floresta particular. O que estes bárbaros não estarão a fazer aos Parques Naturais.
Por isso, agradeço-lhe toda a informação que tem disponibilizado no seu blog sobre o que se está a passar na nossa querida Serra de Sintra.
Desculpe-me o desabafo.
Cumprimentos.