Iminente a intervenção nos Plátanos junto à Adega Regional de Colares
Comunicado conjunto Árvores de Portugal /QUERCUS
A Quercus — ANCN e a Associação Árvores de Portugal, perante a iminência de uma intervenção na alameda de plátanos situada junto à Adega Regional de Colares, no concelho de Sintra, vêm, através do presente comunicado, chamar a atenção da população e das entidades competentes, para os seguintes pontos:
1) As associações em causa apelam a que a Estradas de Portugal torne público o relatório elaborado pelo Engenheiro António Fabião, do Instituto Superior de Agronomia, para que sejam conhecidos, a priori, quais os exemplares que irão ser intervencionados e os motivos técnicos que justificam, caso a caso, essa mesma intervenção.2) Como forma de tranquilizar todos os que se preocupam com as árvores em causa e com a segurança das pessoas e bens que circulam naquela via, alguns dos quais nos têm feito chegar as suas inquietações, seria útil que fosse esclarecido qual o tipo de formação, na área da arboricultura urbana, que possuem os funcionários da empresa contratada para implementar a referida intervenção.
Adicionalmente, e não menos importante, é a imperiosa necessidade da Estradas de Portugal garantir que os trabalhos serão acompanhados pelo autor do citado estudo técnico.
3) As associações em causa reiteram a sua confiança na idoneidade do relatório elaborado pelo Engenheiro António Fabião, técnico que se tem notabilizado, ao longo dos anos, pelas suas opiniões contra as rolagens e em favor de boas práticas em arboricultura urbana.
Pelo referido no parágrafo anterior, reforça-se o apelo a que os trabalhos se limitem ao estritamente necessário para garantir a segurança de todos os utentes da via na qual se encontram os referidos plátanos, bem como para preservar a saúde e monumentalidade deste conjunto arbóreo.
Dada a importância cultural e paisagística destas árvores, a Quercus — ANCN e a Associação Árvores de Portugal estarão particularmente atentas ao evoluir da operação, de modo a garantir que os trabalhos de manutenção não irão além do preconizado no mencionado estudo técnico, cedendo a eventuais pressões exteriores. Desta forma, pretende-se evitar que possa ficar comprometida, de forma irreversível, a possibilidade de esta imponente alameda vir a ser classificada, pela Autoridade Florestal Nacional, como sendo de Interesse Público, tal como já foi requerido por alguns cidadãos.
Tendo em conta alguns casos recentes menos felizes, como o abate de plátanos em Azeitão ou a rolagem e o abate de árvores no concelho de Trancoso, como ainda recentemente denunciado pelas associações signatárias, estamos certos que a Estradas de Portugal e o seu Gabinete de Ambiente aproveitarão este caso para repor a confiança dos cidadãos, face à sua política de preservação do património arbóreo sob sua responsabilidade.
Pela Direcção Nacional da Quercus — ANCN,
Ana Cristina FigueiredoPela Direcção da Associação Árvores de Portugal,
Pedro Nuno Teixeira Santos
Post relacionado -Aqui
Comentários
E já há data prevista p/essa intervenção ?
sintrense
Se não forem os cidadãos a estar presentes as "cautelas" aqui tão bem expressas, podem perder eficácia.
Abraços
Ps:
Será conveniente até lá fazer fotos das plátanos como se encontram agora, de forma que a equipa que irá fazer intervenção se sinta "vigiada" e limite a sua actuação ao estritamente necessário.
A Árvores de Portugal desconhece quando se dará o início da intervenção, apenas sabemos que ela está iminente porque a Autoridade Florestal Nacional decidiu "congelar" a decisão de classificar as árvores, até ver os resultados desta intervenção.
O que o nosso comunicado pretende é colocar o máximo de pressão, através da exposição mediática deste caso, sobre todas as entidades envolvidas, nomeadamente a Estradas de Portugal, a RapaMato (empresa contratada para fazer a intervenção) e o Eng. António Fabião, do Instituto Superior de Agronomia, que fez o estudo fitossanitário e de sustentabilidade das árvores.
Queremos acreditar que uma das pessoas que mais horas tem dedicado a denunciar as podas bárbaras que ocorrem no nosso país, como é o caso do Eng. Fabião, não daria o seu aval técnico a uma arboricídio.
Mas sabemos que poderão existir pressões, nomeadamente do poder autárquico local, para que a intervenção vá além do estritamente necessário. É por isso que apelamos a todos os cidadãos interessados neste assunto que, mais do que divulgar este comunicado, reforcem as nossas preocupações junto da Estradas de Portugal e da Junta de Freguesia de Colares. Uma das maneiras de os pressionar é pedindo que o relatório seja tornado público, o que pode evitar que a intervenção no terreno desrespeite o que consta do mesmo.
E já nem falo da organização de uma sessão pública de esclarecimento, para explicar os objectivos desta intervenção à população de Colares, pois os poderes públicos e privados, no nosso país, não estão educados para respeitar os cidadãos.
Como diz, e bem, o Pedro Macieira, a captação de imagens da intervenção pode ajudar e muito, uma vez mais, pela pressão que se cria sobre a extensão da intervenção.
Obrigado a todos.
Cumprimentos.
Considero uma intervenção nos plátanos, ponderada e bem arquitectada, essencial. Trabalho há alguns anos na Adega Regional de Colares e todos os anos os estragos provocados pelos plátanos no telhado são enormes (basta vento um pouco mais forte para a queda de trancos ser uma realidade-quebra de telhas, entrada de água, etc.). Não sou a favor de uma poda severa, do tipo "camarária". Como ex-aluno da cadeira de silvicultura do Instituto Sup. de Agronomia, leccionada pelo Eng. Fabião, sei que o Eng. era também totalmente contra. Penso que a obra está em boas mãos se, como penso que é o caso, tem a coordenação do Prof. Fabião. Sei também, que uma intervenção moderada é essencial.
Cumprimentos a todos,
Francisco Figueiredo
http://www.youtube.com/watch?v=QlpB3PKZ9pU
sintrense
Na Árvores de Portugal, a nossa primeira preocupação é com as pessoas. Evidentemente, se há estragos provocados por parte da ramagem das árvores, a copa poderá ser reduzida, ainda que com o cuidado de manter o equilíbrio dinâmico desta.
O que nos preocupa são as pressões do poder autárquico, também ele pressionado por cidadãos mal informados, que pretendem a remoção ou rolagem destes plátanos.
Ao que o Pedro Santos referiu, acrescento a possibilidade de as pessoas se organizarem e estarem presentes, em número significativo, durante a toda intervenção. Claro que as fotografias serão uma mais valia. Tudo para que quem for executar sinta que as pessoas estão atentas e se sintam vigiados.
Mas tudo isto será muito mais difícil de fazer sentido se a EP ou o ISA não publicarem o relatório da avaliação feita.