Resposta a Nuno Saraiva do Blogue Colares
Blogue Colares
As Árvores tem que ser respeitadas
Não tenho com o Nuno Saraiva, um dos autores do Blogue Colares, normalmente muitos pontos de vista em comum. Ao longo do tempo as maiores divergências tem sido sobre Colares. Este post, publicado ontem, mantém essa situação. Os plátanos e os silêncios de Colares , publicado no Rio das Maçãs, foi o mote desta vez.
Sobre os Plátanos tenho escrito muito, e basta consultar o blogue desde Dezembro de 2010, para perceber os meus argumentos, no exercício de um direito de cidadania.
Este mês fiz um relato de todo o processo dos Plátanos de Colares a pedido da "Árvores de Portugal” aqui publicado.
Essas explicações deverão responder ao essencial das criticas que me são feitas.
Mas para que não haja qualquer dúvida sobre os meus argumentos, em defesa das árvores e do ambiente, resolvi responder ponto por ponto às questões que o Nuno Saraiva, coloca no texto do seu blogue com o título "As árvores não são pessoas":
Nuno Saraiva-Os plátanos de Colares fazem parte da minha identidade. Como é óbvio, sempre ali estiveram todos os dias que ali passei.
Rio das Maçãs-Não nasci em Colares, mas desde a minha juventude (mesmo antes do Nuno nascer –sem qualquer paternalismo), já por cá passava parte do meu tempo. (embora as minhas posições sobre as árvores não estejam limitadas ao espaço de Colares).
N.S-No Verão, o aspecto fresco da Várzea de Colares era, sem dúvida, imagem de marca e dava a Colares, à sua várzea, uma beleza própria.
RM-Tenho pena que esta imagem tenha sido completamente alterada este ano!
E tenham transformado “o aspecto fresco “ da Várzea de Colares num cenário de filme de terror.
N.S-Mas, admito, eu sou especista. A vida e o bem-estar das pessoas tem de estar acima de tudo. É certo que temos de cuidar do nosso planeta, para o deixar para os nossos netos. É certo que temos de garantir que vivemos todos em democracia e garantimos que é seguida a vontade da maioria. Mas a segurança e a vida humana estão acima de tudo. Já aqui o tinha referido.
RM-Eu defendo que o homem deve preservar o ambiente, e que as árvores são parte integrante desse ambiente e como tal deverão ser tratadas com respeito.
Da petição em "Defesa das árvores de Sintra":
“No entanto, em nenhum país dos que conhecemos se encontra menos árvores velhas do que em Portugal; por toda a Europa se vê nos espaços públicos árvores centenárias – às vezes até milenares – e são tratadas com respeito e consideração pelo seu bem-estar. Por esse mundo fora, projectos de construção são modificados de modo a garantir a preservação dessas árvores; em países civilizados investe-se no tratamento de árvores antigas que apresentam sinais de doença ou fragilidades estruturais.”
Sobre a democracia lembro que foi aprovada, em 22 de Dezembro por maioria uma moção na Assembleia Municipal de Sintra , pedindo a suspensão da intervenção da EP em Sintra. – que não teve qualquer efeito!
N.S.-As coisas devem ser claras: Foi por isso que assinei e divulguei a petição para que fosse esclarecido tudo o que havia a esclarecer. Temia que fosse mais um "tacho" para um amigo, primo ou cunhado que fosse dono duma empresa de poda de árvores.
RM-A petição lançada teve grande acolhimento, excepto por parte da autarquia Sintrense, a quem se dirigia.
N.S.-O esclarecimento foi dado, foi publicado e relatado aqui no blog, e acho que é completo e convicente.
N.S.-É com pena que vejo que as associações ambientalistas e afins cada vez mais tomam posições extremistas e cada vez gosto menos delas. Pedro Macieira, do blogue Rio das Maçãs, tem sido uma das vozes que se tem oposto ao trabalho efectuado nas árvores, e vem agora falar de Silêncios de Colares, num post que tomo por injusto.
RM-As extremistas associações ambientalistas que tomaram posição sobre os plátanos de Colares são:
QUERCUS -Árvores de Portugal - Olho Vivo - Info Nature de Portugal - Associação de Defesa do Património de Sintra e o Rio das Maçãs.
A ADPS fez também uma queixa à Unesco.
Só para me circunscrever a Colares: se não houvesse cidadãos preocupados em preservar o ambiente , quantas mansões apalaçadas haveria em Colares? Quantos mais plátanos de Colares teriam sido abatidos?
N.S-Como está aqui demonstrado, houve discussão, houve explicações e há a necessidade de podar e abater plátanos. A situação que o amigo Vitalino descreve é realmente importante: O facto de haver pessoas a andar na estrada porque os passeios estão cheio de ramos, como documenta, é mais grave que qualquer poda.
RM-Sobre a discussão que não houve e as explicações inaceitáveis que foram dadas não
foi até hoje justificado a razão dos abates de dois plátanos frente à Adega –Plátanos que faziam parte do património arbóreo de Colares – (nem foi apresentado qualquer estudo que fundamente os restantes abates previstos nesta intervenção).
O que é curioso é que só dois meses depois da intervenção nos plátanos de Colares, surgiram queixas – mas só porque os passeios estavam cheios de ramos.... e quanto a ser mais grave que qualquer poda, basta olhar para o que aconteceu aos plátanos de colares.
N.S.-A perda de uma vida humana é algo que temos sempre de lamentar. Não é preciso recuar muito:
16 de Fevereiro: Morre homem no Porto por queda de árvore.
27 de Fevereiro de 2010: Criança morre em Paredes devido a queda de árvore.
26 de Junho de 2010: Bebé de seis meses morre devido à queda de um ramo de árvore.
E podiamos continuar no google em português, e noutras línguas, e há mais.
Infelizmente, o argumento é triste, negro mesmo. Mas é O argumento.
Nuno Saraiva
RM-As árvores não são inimigas das pessoas.
As árvores ornamentais em meio urbano, necessitam que o homem trate delas, e faça a sua manutenção utilizando boas práticas de arboricultura, com profissionais com devida formação, para que continuem saudáveis. Para que o homem possa usufruir da sua existência melhorando o ambiente, das nossas cidades e vilas de cimento. O homem convive bem com as árvores desde sempre.
Nem sempre são as árvores um perigo para as pessoas, como salienta Nuno Saraiva:
Foto e legenda retirados do blogue Notícias de Colares -Dezembro de 2010
"Hoje cerca das 08h00, um autocarro que seguia entre Almoçageme/Várzea de Colares, despistou-se na primeira curva a seguir à recta do corvo, originando um aparatoso acidente.
Ao que apuramos o autocarro seguia apenas com o motorista, que saiu ileso."
– e pretendendo usar o Google pode-se sempre fazer outras pesquisas, de forma obter-se outros tipo de resultados...
Pedro Macieira
Comentários
Abraço de Nuno Cosme Moreira