Fado Nosso

Photobucket

Poema de agradecimento à corja


Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz.
Obrigado
pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem
dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.

Joaquim Pessoa

Comentários

Caínhas disse…
Pelo caminho que isto está a levar qualquer dia até a liberdade de expôr estes poemas nos será retirada, porque muito do que a duras penas foi conseguido, já lá vai. E a penalização é sempre para os mesmos, os ladrões, oportunistas, e corruptos, esses ficam impunes.
Esta clique que nos governa, antes do 25 de Abril, ou não era nascida ou ainda fazia xixi nas fraldas. Sabem lá o que é passar mal!
Os que agora têm mais de sessenta e alguns setenta anos tudo fizeram para que nada lhes faltasse, e a paga é roubarem-nos tudo, até os nossos sonhos, daqui até morrer, invade-nos uma enorme incerteza que nos tira toda a alegria de viver, e nos envia para a zona do pesadelo, e pensamentos tenebrosos.
Não é a profecia da desgraça, é o que está aí à vista de qualquer cego!
Anónimo disse…
OBRIGADO Joaquim Pessoa, faz-nos sentir menos sós na nossa angústia.
E, obrigado Pedro Macieira pela transcrição.
sintrense
Anónimo disse…
Obrigado Carlos Santos.
Permita-me concordar totalmente com o que escreve.
E, diria ainda mais, mas o local não é apropriado.
Um Natal com saúde, é o que desejo.
Carlos Portugal disse…
BRAVO, Caro Joaquim Pessoa, por este estupendo texto! E BRAVO, Caro Pedro Macieira, por o ter publicado! Votos de um Feliz Natal para Vós. Abraço!
pedro macieira disse…
Agradeço as visitas e os comentários, desejando-lhe uma Boas Festas e um ano de 2012 melhor possivel!
Abraços

Mensagens populares deste blogue

Rui Cristino da Silva

Visita à Casa Branca nas Azenhas do Mar