As infelizes Árvores de Sintra (III)

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O resultado das "podas camarárias" nas tílias da Rua D.João de Castro em Sintra -Fotos de 16 de Abril de 2010.

A teoria e a prática dos autarcas Sintrenses

Dirigido a uma peticionária da petição que temos divulgado "Em Defesa das Árvores de Sintra" em 28 de Janeiro de 2010, o Vice-Presidente da CMS, Marco Almeida com o Pelouro do Ambiente e Intervenção Local, respondia da seguinte forma, a uma reclamação acerca da intervenção dos serviços camarários relativamente a vários espaços verdes do município -resposta que publicamos parcialmente:

Photobucket

Para que se conheça o que o Presidente Fernando Seara,submeteu à UNESCO, sobre a intervenção em árvores em Sintra:

Paisagem Cultural de Sintra - Plano de Gestão
Ficha 30 - Regulamento para a intervenção em Árvores de Sintra

"(...) O corte e a poda de árvores reduzem-se ao minímo indispensável . O abate , em regra só deverá ocorrer depois da árvore ter atingido o termo da sua longevidade, isto é , quando começar a secar, definhar ou apresentar sintomas nítidos de decrepitude; as restantes situações deverão ser ponderadas, de acordo com o estipulado no regulamento e/ou legislação vigente. O regulamento aplica-se a qualquer intervenção que seja necessário em árvores que se insiram em zonas verde de uso público, zonas verde de protecção e enquadramento, estradas e arruamentos, praças e logradouros públicos .
Aplica-se ainda, em elementos similares que se situem em pátios, quintas e propriedades de carácter privado.
Visa aprotecção dos exemplares designados de interesse concelhio ou classificados pela Direcção- Geral de Florestas.
(...)
É com esta determinação que assumimos o presente Plano de Gestão e o submetemos à apreciação da UNESCO.

Sintra 24 de Janeiro de 2005

O Presidente da Câmara Municipal de Sintra
Fernando Reboredo Seara"


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Comentários

greentea disse…
passando o Ramalhão , no local onde estão a construir o novo quartel de Bombeiros também muitas árvores foram cortadas e a o longo da estrada que vai para Cascais agora tudo se vê pois deixaram de estar lá as árvores q dantes estavam ; quando se vem na IC19, depois do Cacém , tem-se uma vista global de Sintra e Cascais que dantes era impossivel ...
PV disse…
Espero que estes protestos contribuam para clarificar posições e que as ideias que o Vice-Presidente aqui expressa tenham eco nos serviços. Por exemplo, suspendendo o corte das tílias ainda por cortar na D. João de Castro, que continuam vedadas e com avisos sobre a sua poda.

Continuação de bom trabalho!
Fatyly disse…
Contestando sempre se consegue algo e oxalá que de facto o Vice-Presidente consiga pôr em marcha uma fiscalização eficaz. Além de assinar a petição também já apresentei várias reclamações e uma delas era sobre as árvores da minha rua que sofreram um corte em Janeiro de nos virar as tripas.
No que toca a estas tive que dar o dito por não dito porque a semana passada rebentaram todas e estão já cheias de folhas e a ficar lindissimas. A natureza fintou-me:) e ainda à pouco lá ia de nariz no ar sentindo a chuva e a ver rebentos atrás de rebentos:)

Todos juntos venceremos!

Um abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
Caro Pedro,

Há, em mui­tas autar­quias e de acordo com pes­soas que conheço e que tra­ba­lham no sec­tor da arbo­ri­cul­tura, uma nova gera­ção de téc­ni­cos com uma forma dife­rente de ver a forma como as árvo­res devem ser tratadas.

O pro­blema é que, infe­liz­mente e na mai­o­ria dos casos, estão iso­la­dos e em mino­ria, con­tra vozes supe­ri­o­res a favor da tra­di­ção de rolar as árvo­res. (Ler este comen­tá­rio(http://www.arvoresdeportugal.net/2010/04/ignorancia-estupidez-companhia-um-desabafo/#comment-624), de Carla Silva, por exem­plo, no último texto do Pedro Arrabaça publicado no blogue da Árvores de Portugal.)

Acre­dito que este vere­a­dor, Marco Almeida, possa ser uma das vozes iso­la­das den­tro da Câmara de Sin­tra, a favor de uma prá­tica dis­tinta no que con­cerne à manu­ten­ção das árvo­res. Vamos acre­di­tar que a força da voz dos cida­dãos de Sin­tra, revol­ta­dos com estas bar­ba­ri­da­des, aca­bará por aju­dar aque­les que, den­tro da autar­quia, que­rem mudar o actual estado de coisas.
Cara Fatyly,

Não se deixe enganar pela forte rebentação de algumas espécies, como os plátanos, após a rolagem.

Uma poda mal feita é o pior que pode acontecer a uma árvore e, entre outras, as rolagens acarretam estes problemas:

a) A árvore fica irremediavelmente desfigurada e incapaz de repor a naturalidade da forma original da copa. Como tal, deformada, perde valor patrimonial.

b) Os novos ramos formados têm uma inserção mais frágil ficando, deste modo, mais sujeitos a causar acidentes, nomeadamente em situações climatéricas adversas.

c)Ao eliminar a totalidade da copa, a árvore fica impedida, por um determinado período de tempo, de se auto-alimentar, contribuindo para a sua fragilização como um todo.

d)A árvore, ao ficar mais fragilizada, fica também mais sujeita a contrair determinadas infecções, nomeadamente de origem fúngica, que podem agravar o seu estado fitossanitário, contribuindo para uma decrepitude precoce.

e) Devido aos factores apontadas, muitas espécies não toleram a rolagem, acabando por morrer, a curto ou médio prazo, o que acarreta custos adicionais, nomeadamente de remoção dos exemplares mortos e respectiva substituição por novos exemplares.
Anónimo disse…
Ha realmente alguma coisa que nao joga bem em todo este processo. A disparidade entre aquilo que se diz e aquilo que esta a fazer-se e muito grande.
Na esperanca de que o processo da poda das arvores pudesse ser suspenso, sobretudo das tilias da Rua D.Joao de Castro, coloquei no blogue do Dr.Marco Almeida, "Viver Sintra", no passado dia 13 de Abril um comentario.
(http://viver-sintra.blogspot.com/
comentario ao post do dia 13 de Abril "PSD Um Espaco de Liberdade").
Aguardo com espectativa que se pronuncie sobre o assunto o que, acredito, ira acontecer.
emilia reis
pedro macieira disse…
Transcrevo de um trabalho de António Fabião do Depart.de Engenharia Florestal do Inst.Sup.de Agronomia:
Sobre as podas

"Em todos os casos, não são as necessidades das árvores que são tidas em causa (a não ser por mera coincidência), mas sim as necessidades do homem em relação às expectativas que o levam a intervir sobre aquelas plantas. Não é a árvore que precisa de ser podada, é o homem que precisa de a podar para atingir objectivos específicos.”

E também sugere que:
“será melhor respeitar as formas naturais das árvores, intervindo de início apenas para eliminar bifurcações do eixo principal e pernadas que estejam a ficar grandes ou muito próximas da vertical.”
O que parece ser totalmente ignorado por estas equipas à solta por Sintra.

Abraços

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