13 a 20 de Agosto Voltamos hoje a publicar um excerto do texto do Dr. Fernando Castelo-Branco, " Vestígio do culto de Diana em Portugal" - já publicado aqui, no blogue , por nos parecer oportuno para uma melhor interpretação das fotos, do dia da Festa de S.Mamede de Janas. "(...) Uma das mais curiosas dessas festividades e que melhor evidencia a sobrevivência do culto da deusa é a de S. Mamede de Janas. Trata-se duma romaria que se realiza na ermida de S. Mamede, na povoação de Janas, a cerca de 3,5 k. ao norte de Colares, nos dias 15 e 16 de Agosto de cada ano. Os lavradores da região, e mesmo das zonas mais afastadas, como por exemplo de Torres Vedras, aparecem aí nesses dias, acompanhados do seu gado – bois, burros e cavalos – e até de animais domésticos. Chegam em geral pela manhã, dão três voltas à igreja no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio e vão depois descansar. Antigamente entravam mesmo dentro da igreja com o gado. À tarde fazem o pagamento das p
Comentários
sintrense
Há tempos comentei que as da minha rua estavam nuas e muitas decepadas, mas esta semana já estão cheias de rebentos e algumas com imensas folhas pequeninas. Ufaaaaaaa!!!
Tenho acompanhado as diversas referências a esta poda, todas de reprovação.
Mas gostava de ler algo substancial e técnicamente fundamentado, sobre este assunto.
Até porque sou vizinho de muitos plátanos...
Desde sempre vi praticada esta poda e os plátanos estão lá.
Há umas dezenas de anos atrás, ao longo da Estrada Nacional de Sintra a Colares, os plátanos eram
regularmente "podados" e tinham uma envergadura controlada.
As entidades responsáveis (defunta J.A.E.?) deixaram de actuar e agora as árvores estão incontroláveis, com prejuízo das casas e moradores próximos....
Estou baralhado, mas,não tendo habilitações para isso, gostava de achegas que contribuissem para o exercício do "contraditório", como agora se diz.
Um abraço do
JAIME CORVO
Essa das árvores «descontroladas», desculpe, mas é quase para rir! Sei que algumas árvores podem, se os ramos SECOS não forem cortados, causar prejuízos. Mas as podas são uma coisa puramente artificial, que nada tem a ver com a Natureza. Assim, dizer que se podam as árvores para controlar o seu desenvolvimento, quer de forma a evitar prejuízos, ou mesmo para as localidades parecerem um bocado mais áridas, tipo Dubai, tão ao (des)gosto de alguns «paisagistas» cá do burgo, é uma coisa. Agora, as podas selvagens que parece estarem na moda, prejudicando gravemente a saúde das árvores, e deformando-as de tal forma que parecem aleijões, é que não é admissível, e é prova de barbárie e de incompetência pura e simples.
E, quando uma árvore está doente, trata-se, não se abate.
Os meus jardineiros também, de repente, me vieram com a ideia das podas selvagens nas árvores do meu jardim, o que indicia a «epidemia» paranóica que por aí grassa. É claro que lhes proibi a poda de qualquer ramo que não estivesse seco ou em perigo de danificar a casa. Retorquiram-me que «toda a gente» agora faz isto, e respondi-lhes que, se os outros fazem asneiras, não somos obrigados a segui-los.
Parece até que, a par das modas arquitecturais minimalistas, há agora o hábito de «jardins» só de relva - artificial (!) - como se de uma sala minimalista ao ar livre se tratasse. Onde é que estas luminárias irão arranjar tais ideias?
Cumprimentos.
Tenho ao longo deste tempo, ouvido e recolhido informações o sobre as técnicas a usadas nas podas de árvores ornamentais e em espaços públicos, e transcrevo o que
Pedro Nuno Teixeira Santos, que está associado à associação Àrvores de Portugal:
(http://www.arvoresdeportugal.net/)
(http://sombra-verde.blogspot.com/)
(http://arvores-do-sul.blogspot.com/
"A propósito do que se passa em Sintra, e na esmagadora maioria dos demais municípios portugueses, convém relembrar que não existe qualquer legislação que impeça pessoas, ou empresas, sem qualquer habilitação técnica em arboricultura, para podar árvores ornamentais.
É como se para desenhar e construir uma ponte não fosse necessário recorrer ao trabalho de engenheiros; ou como se, qualquer pessoa, mesmo sem formação em medicina, pudesse trabalhar num hospital, receitando medicamentos ou fazendo operações.
Apesar do surreal dos exemplos anteriores, é assim, em Portugal, no que concerne à manutenção de árvores em espaços públicos: a empresa que apresentar o preço mais baixo no concurso público é a que ganha, ainda que não possua qualquer funcionário habilitado para podar árvores. No nosso país, qualquer pessoa com uma motosserra nas mãos pode destruir, em minutos, o que levou dezenas de anos a crescer.
É assim, anualmente, em centenas de municípios. Vandalismo, puro e simples, pago com o dinheiro dos nossos impostos!"
http://www.arvoresdeportugal.net/2010/04/ignorancia-estupidez-companhia-um-desabafo/#comments
E a quantidade de árvores amputadas, por processos que alguns dizem "tradicionais", deixam Sintra mais triste (ver o post de sexta-feira, 16 de Abril)e algumas explicações deixadas aqui neste post, explicam as razões da aplicação destas podas selvagens.
Também a PSML e não só a CMS, comete exageros nas intervenções que fez e faz na Serra de Sintra (ver o que aconteceu à Tapada D.Fenando nos Capuchos, em Monserrate, Seteais etc.), o que lamento é que por parte dos responsáveis autárquicos não haja uma atitude de suspender estes processos.
Conseguiu-se suspender a intervenção nos plátanos junto à adega regional,(A AGUARDAR A SUA CLASSIFICAÇÃO) que já estavam marcados, e havia o risco de sofrerem o "tratamento" que está acontecer com estes exemplos que infelizmente tenho publicado com grande frequência.
Sabendo do seu interesse pela cultura de Sintra e de Colares, porque não criar um espaço para um debate público deste assunto?
Um abraço
A explicação que PV,dá no seu comentário é clara , para se entender em que mãos estão entregues o património paisagistico de Sintra (que não pertence nem à CMS, nem à Junta de Freguesia, nem às Estradas de Portugal...)
E todos os dias me chegam mais exmplos da destruição desse património.
Um abraço
Hoje (16 de Abril), publiquei mais fotos da barbaridade que aconteceu às tílias da rua D.João de Castro.
Será que não há ninguém com responsabilidade naquela Câmara, que suspenda este processos??
E o que é feito dos ambientalistas/ecologistas oficiais cá do sítio?
O silêncio é distracção ou aceitação destes processos??
Abraços
É lamentável o que fizeram na Rua D.João de Castro.
(Post de 16 de Abril)
Um abraço
Por mim, continuo com algumas dúvidas , embora me reporte exclusivamente aos plátanos.
O Pedro passou em Colares (S.Sebastião) e viu plátanos "decepados"; foi coisa que sempre ali vi e ainda não morreram, mantendo-se com uma envergadura controlada.
Na antiga Av. Desidério Cambournac, em Sintra, antes da intervenção que os destruiu, havia muitos plátanos aos quais, anualmente, era aplicada a "poda radical"; não me lembro que algum tivesse secado.
No páteo do edifício onde em tempos funcionou o Externato Académico de Sintra, na Trav. da Paderna, transversal à Rua Sottomayor (salvo erro) que desce da Vila Velha para a Ribeira de Sintra, há 2 ou 3 plátanos que, durante anos e anos, levaram tal poda sem problemas.
Agora, o abandono a que foram votados provocou copas descomunais, que atravessam a rua e invadem a propriedade vizinha e julgo que estão a acelarar a ruína da casa onde estão plantados.
Os plátanos existentes ao longo da Est. Nacional 247 eram, há dezenas de anos, regularmente podados (se calhar não tão radicalmente), tinham pintada uma faixa branca de sinalização para os carros que circulavam de noite e, cumprindo esta função, mantinham uma envergadura controlada.
Como deixaram de ser cuidados,que temos hoje?
Árvores com uma altura excessiva, com ramos que mais parecem lianas, tombados por cima das casas vizinhas, viaturas de maiores dimensões a embaterem nas saliências dos troncos, abundância de lixo, falta de sol nas casas, etc.
Será isto agradável e até benéfico para a saúde de quem mora junto de tão grandes plátanos?
Será assim tão "criminoso" que os plátanos junto das casas tenham tratamento diferenciado daqueles que subsistem, por exemplo, em parques, quintas, zonas verdes, etc ?
Sauidações amigas do
JAIME CORVO
As questões que ao longo do tempo tenho levantado sobre as intervenção efectuadas tanto pela PSML, como pela CMS, não se baseiam sómente na minha sensibilidade em relação à destruição de árvores, algumas centenárias, mas também tenho ouvido pessoas que sabem muito mais do que eu destes assuntos. E se existe uma prática tradicional na poda de árvores, indiferentemente das árvores serem ornamentais ou de frutos, serão técnicas que hoje são postas em causa, porque entre muitas coisas m, por que as “rolagens” acabam por se revelar , a médio prazo, uma opção com mais custos, pois obrigam a intervenções mais frequentes á posteriori, para remover ramos de inserção mais frágil e para tentar prevenir a decrepitude da árvore. Em muitos casos, as árvores não sobrevivem a estas práticas, acabando por morrer no próprio ano ou a curto prazo, o que acarreta os custos de remoção das mesmas e da plantação de novos exemplares.”como afirma Pedro Santos das Árvores de Portugal.
Já não considerando o aspecto estético com que este exemplares ficam , após este tipo de intervenções.
Também António Fabião do Departamento de Engenharia Florestal do I.S.de Agronomia , afirma que “podar uma árvore consiste em remover selectivamente ramos, de forma a satisfazer finalidades previamente estabelecidas de acordo com um propósito de condução das árvores(Michau,1998,Harris et al,2004).Falamos assim de podas de frutificação (para estimular a produção do fruto, de formação ou conformação das copas), de subidas das copas (para condicionar a forma das copas), de subida das copas (para tornar as bases das copas mais altas), de manutenção (para manter as árvores saudáveis com copas adequadas à segurança de pessoas e bens), ou sanitárias (para resolver problemas ocasionados nas copas pela ocorrência de pragas de insectos ou de doenças), para mencionar apenas os tipos principais. Em todos os casos, não são as necessidades das árvores que são tidas en causa (a não ser por mera coincidência), mas sim as necessidades do homem em relação às expectativas que o levam a intervir sobre aquelas plantas. Não á árvore que precisa de ser podada, é o homem que precisa de apodar para a tingir objectivos específicos.” E també sugrere que “será melhor respeitar as formas naturais das árvores, intervindo de início apenas para eliminar bifurcações do eixo principal e pernadas que estejam a ficar grandes ou muito próximas da vertical.”
Por outro lado a a adjudicação pelo preço mais baixo de empresas que tem equipas sem formação para esse tipo de intervenção em espaços públicos, e que algumas serão empresas de construção civil, provoca estas situação que vimos a denunciar há alguns anos.
Para não tornar mais longo este comentário, continuarei a responder às suas questões a seguir.
Um abraço
Pedro Macieira