O eucalipto "Oblíqua" não resistiu a mais um inverno (II)
Aguardou durante 134 anos, silencioso e triste, que lhe reconhecessem o valor de ser, no Parque da Pena, a única testemunha viva do casamento celebrado entre D.Fernando II e Elise Hensler, Condessa d’Edla. Esse dia chegou em 13 de Junho de 2003 e,nessa data, uma alma nova lhe nasceu.
Varreram todos os caminhos que estavam em seu redor, limparam a Feteira que os seus ramos, lá do alto, podiam contemplar e, finalmente, numa cerimónia simples mas bonita, colocaram-lhe perto uma placa que assinalava a efeméride e o seu valor.
Mas, o tempo foi passando e, de novo, o esquecimento voltou aquele lugar. A placa envelheceu, desbotou, já se não lia e, só mesmo os apaixonados pela história que ele contava o iam visitar.
Entristeceu de novo e, agora com o peso da idade, começou a inclinar-se, suavemente. Apaixonou-se pelo pequeno regato que lhe corria aos pés e que lhe tinha dado de beber durante tantos anos e, num dia de temporal, ajudado pelo vento forte, decidiu deitar-se sobre ele e adormecer para sempre.
Contou a tília que lhe estava perto que o “Oblíqua” se tinha suicidado por amor.
Emilia Reis
Foto do "Oblíqua" de 16.03.2010 da autoria de Rui Alves, via blogue "Fluir de Espumas"
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